Durante o período de 24 a 27 de maio estivemos participando em Brasília ,do Seminário Internacional: “A Escola Aprendendo com as Diferenças”.
A iniciativa do convite para que representando o movimento negro alagoano pudéssemos intervir com um novo olhar dentro do universo da educação especial partiu da Secretaria Nacional de Educação Especial a SECAD/MEC, e nos possibilitou ampliar a discussão, um tanto sistêmica, que reside na importância de fundamentar a educação como instrumento –elo que garanta oportunidades efetivas e eficazes de enfrentar situações de preconceitos e discriminação , como também de afirmar a identidade étnica .
Em 25 de maio- Dia da Libertação de África, das 15 as 17 horas foi realizada, com especialistas nacionais e internacionais, a mesa redonda: “Formação de professores na perspectiva de educação inclusiva: a escola aprendendo com as diferenças”, e durante o debate fizemos uma explanação de fatos que criminalizam e expulsam a criança negra da sala de aula e as conseqüências, tais como: a menina que toma água sanitária para ficar branca, o menino que abandona a escola porque a escola professa uma fé única, e da menina que não fez sua formatura porque os meninos da escola não quiseram dançar a valsa com ela que era negra, feia e tinha cabelo pixaim e diante de tais fatos questionamos aos/as especialistas quais foram os conceitos que subsidiaram a formulação da diversidade em estudo , se a Lei nº 10.639/03 não foi citada em hora alguma, nem mesmo quando se foi falado em diversidade na escola.
Como acreditamos que cidadania é a ação de unir o discurso a mobilização das palavras, buscamos aos longo de 04 dias aprender e contribuir, com e para construção da ampliação e o aprofundamento do debate, como também para um melhor entendimento sobre educação especial , seus efeitos e suas relações com a afirmação identitária (educação anti-racista) e da legitimação da Lei nº 10.639/03.
Durante nossa participação na plenária questionamos a coordenação do Seminário sobre o porque da participação de quatro pessoas de uma mesma instituição, Escola da Gente/RJ , explanando sobre um tema tão complexo e diverso : Políticas da Juventude na Perspectivas da Educação Inclusiva.
Uma pena que aliado ao convite de participação ao movimento negro, não tenha sido convidada instituições do Brasil que promovem produtivas experiências de inserção social para jovens negros. Na plenária conhecemos uma representante de Angola que foi convidada para “ouvir” nossas experiências em diversidade.
O Seminário Internacional: “A Escola Aprendendo com as Diferenças” foi o primeiro passo, ainda que tímido,para o exercício de escuta com outros saberes e novas alternativas de ação para que as deficiências humanas ( físicas) possam ser tratadas além da compaixão.