A delegada, Ana Cristina Feldner, que investiga o assassinato de Abinoão Soares de Oliveira, policial militar alagoano morto no dia 24 de abril, durante treinamento no Mato Grosso, descarta crime militar e cobra da Justiça Comum que julgue o caso.
Tal decisão, sobre a competência para o julgamento, vem se arrastando desde o último dia 10, quando a juíza Lúcia Peruffo, da 11ª Vara Criminal Especializada Justiça Militar de Cuiabá, declinou a competência de julgar o caso. O indiciamento e os pedidos de prisão, emitidos por Feldner só se concretizaram depois que a juíza Monica Perri deu parecer favorável ao trancamento do inquérito civil.
O que se sabe, até agora, é que dois inquéritos foram instaurados para apurar a morte de Abinoão, um militar e um civil. Em seguida, o defensor público Ademar Monteiro da Silva ingressou com um pedido de Habeas Corpus, na Justiça Militar, para "trancar" as investigações feitas pela Polícia Civil. Ele alega que se trata de um crime militar.
Em entrevista coletiva, Feldner explicou que não cabe à Polícia Civil a definição de competência para julgar o caso. No entanto, defendeu que o crime é de natureza comum, e não militar. Dessa forma, os tenentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Carlos Evane Augusto e Dulcézio Barros de Oliveira foram indiciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, tortura e impossibilidade de defesa) pela morte do militar alagoano.