A Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), da Polícia Civil, revelou nesta sexta-feira (07) detalhes da “Operação Carga Pesada”, desencadeada desde a última quarta-feira e que desarticulou duas quadrilhas envolvidas no roubo de cargas e em crimes de pistolagem, na região do Baixo São Francisco.
As quadrilhas agiam em todo o Litoral Sul de Alagoas, principalmente nas cidades de Porto Real do Colégio, Coruripe, São Braz, Teotônio Vilela, Junqueiro e Igreja Nova.
As investigações, comandadas pelo delegado Paulo Cerqueira, conseguiu detectar a existência de uma “guerra” entre as quadrilhas e que resultou nos assassinatos de seus principais líderes.
Pelo que foi apurado, inicialmente havia uma única quadrilha que trabalhava por encomenda, atendendo solicitações de receptadores da região. Mas o grupo se dividiu, formando-se duas facções que vendiam produtos de roubo para o mesmo receptador, o que gerou a disputa entre eles.
Um desses grupos era comandado por Denílson dos Santos Luiz, 35 anos, suplente de vereador em Porto Real do Colégio, que mandou matar o chefe da facção rival – o caminhoneiro Adriano Ramos Neto, de 28 anos.
Adriano dirigia o caminhão, placa MUF 3738, quando foi interceptado por quatro homens fortemente armados, num trecho da rodovia BR-101, próximo ao povoado Retiro.
Segundo testemunhas, os pistoleiros estavam em um veículo Pálio, de cor cinza e sem placas. Eles efetuaram os disparos contra o veículo ainda em movimento e só seguiram viagem após constatarem que a vítima havia morrido.
Duas outras prováveis vítimas da “guerra” teriam fugido para a cidade de Curitiba, no Paraná, com medo de serem mortas.
Para vingar a morte do chefe, o grupo de Adriano contratou pistoleiros para assassinar Denilson. O suplente de vereador foi executado com disparos de pistola calibre 380, no povoado Flexeiras, município de Porto Real do Colégio.
Os tiros foram disparados contra o rosto da vítima por três homens que estavam num Siena, de cor prata, veículo usado para bloquear a passagem do carro dirigido por Denílson, que viajava ao lado da família.
A operação
Com base nas investigações realizadas pelo Núcleo de Inteligência e do Tigre (Tático Integrado de Grupamentos de Resgates Especiais), da Deic, a Operação Carga Pesada foi desencadeada, com o apoio de policiais militares do 11º Batalhão da Polícia Militar, em diversas cidades do Litoral Sul. Onze mandados de prisão e 16 de busca e apreensão foram expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital.
O trabalho resultou na prisão de Alex da Silva Rodrigues, o “Alex”; Marcos Túlio – o “Túlio”; Maurício Oliveira de Araújo – o “Nego”; Herbson Alves – o “Herbinho”; Josival dos Santos – o “Neno”, e Maria de Fátima Rocha, conhecida por “Maria”, esposa de Adriano, um dos líderes assassinado.
A operação prendeu também o empresário José Francisco Oliveira, mais conhecido “Zé Alagoano”, dono de um supermercado em Porto Real de Colégio. Com ele, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e munições de diversos calibres.
O filho do empresário, Jorge Oliveira, também foi preso, por ter sido encontrado com várias munições e um carregador de pistola 380.
De acordo com o delegado Paulo Cerqueira, as investigações prosseguem e mais pessoas podem ser presas.