O diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Roberto Troncon, afirmou ontem que o órgão "não trabalha com a hipótese" de envolvimento do PCC no atentado que feriu o senador paraguaio Robert Acevedo, na última segunda-feira, na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.
Quatro brasileiros estão presos sob suspeita de participar do crime. "Não temos nem recebemos da polícia paraguaia esse dado de [que haveria] envolvimento do PCC neste caso", disse Troncon em entrevista após o encerramento do Idec, evento internacional antidrogas, no Rio. Para ele, trata-se de um "crime pontual".
O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, disse que não considera esse crime um delito transnacional. Segundo ele, a investigação caberá à polícia paraguaia. O Brasil entrará nas investigações apenas se houver um pedido do governo paraguaio, afirmou.
Correia também afirmou que os representantes das polícias dos países sul-americanos se reunirão em Brasília, em data ainda indefinida, para traçar estratégias de cooperação no combate ao tráfico de drogas.
Segundo ele, a proposta de corresponsabilidade de países produtores, consumidores e de trânsito de entorpecentes foi bem aceita na conferência, organizada em conjunto com a agência americana de combate às drogas.
"A ideia da corresponsabilidade ficou muito bem marcada. Com certeza vamos ter uma integração maior. O que vínhamos fazendo intuitivamente agora passa a ser uma diretriz e um compromisso", disse.
Corrêa citou como exemplo a parceria entre Brasil e Paraguai na qual os brasileiros têm ajudado na erradicação das lavouras de maconha no país vizinho. Segundo ele, nos últimos 13 a 14 meses 1.500 hectares de plantações foram destruídas, o que equivale a mais de 3.500 toneladas de maconha pronta para consumo que deixaram de entrar no Brasil.
As ações conjuntas terão três focos: o combate às organizações criminosas, no controle do fluxo financeiro do tráfico e na captura de foragidos.