O contingente negro é um dos mais expressivos na população maranhense atingindo cerca de 70/% dos habitantes.
Foi só a partir da década de 1980, com o fortalecimento dos movimentos negros que surgiu a valorização da temática negra.Daí em diante começaram a surgir grande número de trabalhos entre monografias, dissertações, teses, artigos apresentados em eventos científicos interessados nas populações afro-brasileiras do Maranhão e em vários aspectos da vida, da religião e da cultura do negro.
Militante referenciada do Movimento Negro Unificado/MNU, a profª.Ms. Ilma Fátima de Jesus, pedagoga e representante na Comissão de Mulheres do Movimento Negro Unificado – MNU é a coordenadora geral do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial do estado do Maranhão.
O fórum do Maranhão participa em Alagoas, juntamente com outros fóruns dos estados do Nordeste e Norte, nos dias 06 e 07 de maio, do Seminário de Qualificação dos Fóruns de Educação e Diversidade Étnico-Racial Nordeste/Norte que reunirá cerca de cem participantes, dentre professores, professoras, representantes quilombolas, movimento negro, acadêmicos, representantes dos Fóruns Permanentes de Educação e Diversidade Étnico-Racial.
O Ministério da Educação vem instituindo e implementando um conjunto de medidas com o objetivo de corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social no sistema educacional brasileiro. A Lei 10.639/03 faz parte dessas ações, uma vez que ela estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Foi a partir Lei 10. 639/2003 que a história de Cosme Bento das Chagas, um dos líderes da Revolta da Balaiada, está sendo revisada como figura representativa da luta dos negros no Maranhão.
Uma das mais recentes reunião do Fórum do Maranhão aconteceu no último dia 12 de abril, no Instituto Federal do Maranhão – Campus Monte Castelo e reuniu representantes de diversas entidades: Conselho Estadual de Educação, representante do Movimento Negro Unificado,APN – Agentes de Pastoral Negros,Associação Afro Om’Nirá, Secretaria de Estado da Igualdade Racial), entre outros.
A proposta do Fórum do Maranhão é mobilizar e ampliar a participação de instituições públicas e privadas, entidades do terceiro setor, grupos e movimentos organizados na equipe de discussão Fórum. “Qualquer cidadão pode integrar esse movimento. Queremos mobilizar mais pessoas em torno dessa discussão”, explicou a coordenadora geral, Ilma de Jesus e complementa: “ a Lei 10.639/03 é um marco histórico. Ela simboliza, simultaneamente, um ponto de chegada das lutas antirracistas no Brasil e um ponto de partida para a renovação da qualidade social da educação brasileira”
A coordenadora Geral da Diversidade, Leonor Franco de Araújo, enfatiza que “Queremos fortalecer o papel indutor do MEC na implementação da Lei 10.639”. Para ela, é preocupante a “morosidade da implementação da lei”. Criada em 2003, a lei ainda não foi aplicada aos conteúdos de muitas escolas. Os fóruns surgem para mobilizar esse processo.
Jonh Land Carth , técnico em Assuntos Educacionais da SECAD/MEC, lembra que não haverá aberturas de inscrições para o Seminário de Qualificação dos Fóruns de Educação e Diversidade Étnico-Racial Nordeste/Norte .
O Seminário é restrito a representantes dos fóruns das duas regiões Nordeste e Norte que se inscreveram dentro do prazo e convidados/convidadas do Ministério de Educação.
Com informações: CONTRIBUIÇÃO CULTURAL DO NEGRO NA SOCIEDADE MARANHENSE1/Sergio Ferretti

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