O futuro do vereador por Maceió, Cabo Luiz Pedro, começa a ser decidido às 9 horas da manhã de hoje, quando Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas decidirá se ele vai a júri popular pela morte do pedreiro Carlos Roberto Rocha, ocorrida em 2004.
Luiz Pedro, que não tem foro privilegiado como vereador, e outras seis pessoas, foram pronunciadas em julho de 2008, pelo juiz da 9ª Vara Criminal da Capital, José Braga Neto, sob acusação de formação de quadrilha, sequestro, homicídio e ocultação do cadáver da vítima.
Houve um recurso do advogado de Luis Pedro, que foi negado por três dos quatro magistrados - desembargadores Mário Ramalho, que é o relator da matéria, Otávio Praxedes e Sebastião Costa -
que fazem parte da Câmara Criminal. Falta justamente o voto do desembargador Orlando Manso, que pediu vistas ao processo e decidirá seu voto hoje. Em 208 Luiz Pedro chegou a ficar 11 meses presos pelo crime.
O crime
Carlos Roberto foi levado da sua casa por volta das 1h30 da madrugada do dia 12 de agosto de 2004 e assassinado com 21 tiros nas proximidades do Conjunto Habitacional Tabuleiro do Martins. O mais revoltante é que os familiares da vítima só tiveram acesso às informações dois anos e oito meses após o crime.
O pai da vítima, Sebastião Pereira dos Santos(foto) denunciou e provou que o IML recolheu o corpo, porém escondeu da família que o fato. “Fui lá várias vezes e me informavam que o corpo do meu filho não tinha dado entrada. Não tenho dúvidas de que o cadáver foi ocultado no IML”.
Ele passou por várias exumações e em uma delas em junho de 2007, foi constatado que o túmulo, onde deveria estar o corpo, havia sido violado e o corpo não estava mais no local. O administrador do cemitério, Valfredo Isidório dos Santos chegou a ser preso pela polícia. Até hoje o corpo de Carlos Roberto não foi achado
Durante a fase de inquérito policial, o agente penitenciário Luis Vagner, principal testemunha do crime, teria afirmado que as pessoas responsáveis pelo seqüestro e morte do jovem seriam ‘capangas’ de Luiz Pedro.
No dia 10 de novembro de 2008 os autores materiais do homicídio foram julgados e condenados. Adézio Rodrigues Nogueira, Leone Lima, Valter Paulo dos Santos e Nelson Osmar Vasconcelos são acusados de participar do grupo de extermínio, cujo chefe seria o Luiz Pedro, que tentará voltar à Assembleia Legislativa nas eleições de outubro.