Em 1º de Abril de 1964 a liberdade do povo brasileiro foi seqüestrada. Um golpe militar tirou do poder presidente João Goulart e exilou os direitos civis da população. A ditadura instalou-se no Brasil.
Ditadura é o centralismo do poder. É a imposição da lei da chibata.
O território brasileiro viveu durante 21 anos sob o jugo ditatorial do regime militar: centralismo e exílio da liberdade. Aprisionaram a democracia!
O Brasil entrava no estágio da involução. Censurou-se o direito a vida.
O 1º de abril de 2010 marca em Brasília, Capital Federal da República, o encerramento da Conferência Nacional de Educação, que apesar de um rasgo de autoritarismo que a memória remeteu ao período da ditadura militar, foi um momento ímpar para o movimento social brasileiro, com ênfase para o movimento negro.
O rasgo do autoritarismo na Conferência ocorreu quando durante a leitura do regimento interno um oficial de justiça da Capital Federal da República entregou à mesa-coordenadora um recurso do Judiciário “solicitando” evacuação do auditório em que os trabalhos estavam sendo realizados, com ameaças de que caso não ocorresse em tempo hábil haveria sérias conseqüências.
A coordenação da mesa pressionada pressionou a plenária que por sua vez apressou a aprovação do regimento que foi atropelado pela pressão da justiça.
Alguém explica?!
Em 1º de abril de 2010, no processo da Conferência Nacional de Educação, em Brasília, Capital da República, inúmeros e inúmeras representantes do movimento de afirmação da diversidade promoveram outra revolução: a reinterpretação coletiva da subalternização, segmentação e das muitas espécies de violências perpetradas pelos grupos dominantes em nome da universalização do ensino.
Em 1º de abril de 2010, no processo da Conferência Nacional de Educação diversos representantes do movimento social negro, (Alagoas presente!) dos fóruns permanentes de educação étnicorracial, quilombolas do território brasileiro sublinharam ,reafirmaram-se como grupo de resistência à ditadura hegemônica da cultura eurocentrica do segundo país mais negro do planeta e esboçaram novos paradigmas para um sistema nacional de educação articulado com a diversidade étnica e especificidades da população brasileira.
Promovemos uma articulada e dialogada Marcha do Povo Negro pela Liberdade contra uma guerra civil não-declarada no Brasil: o racismo institucionalizado.
Em 1º de abril de 1977 Ernesto Geisel, na epóca presidente do Brasil, fechou o Congresso Nacional e impôs um conjunto de medidas arbitrárias, que ficaram conhecidas como "Pacote de Abril”.
O Pacote de Abril de 2010 traz em si uma história vibrante que contém como base referencial os direitos civis da população brasileira como organismos vivos e busca traduzir a realidade dos princípios democráticos. E que venha a Lei nº 10.639/03!
46 anos após o golpe de 64 o Congresso Brasileiro tem em suas mãos a missão de garantir, ao legitimar juridicamente no Plano Nacional de Educação, o contexto das reformas propostas, dentre elas, as da militância social resgatando a consciência da educação ao reafirmar na história da escola contemporânea as liberdades individuas e coletivas reconhecendo a luta de todos os povos ,como estruturante ,para a conquista da democracia brasileira.
Cabe ao Congresso Brasileiro dá um verdadeiro golpe contra a historiografia ideológica da segregação, preconceito e da discriminação racial.
O 1º de abril de 2010 da Conferência Nacional de Educação abre um universo de possibilidades para que movimentos sociais negros e não-negros passem a perceber a importância da força impulsionadora da sua articulação interna como víeis prático para a mobilização popular em torno das nossas questões.

Raízes da África