Henrique Antunes Cunha Junior professor-doutor em História é um ativista negro que rima militância política com mobilidade social traduzida aqui como mobilidade humana.
A mobilidade humana traz possibilidade para que todas as pessoas, inclusive os grupos historicamente marginalizados e subalternizados tenham acesso as políticas públicas que garantam saúde, lazer e educação.
Henrique Cunha é um pensador negro em movimento e dos movimentos. Diferentes de tantos e muitos vem partilhando saberes e fazeres com a ótica das possibilidades acadêmicas em sintonia com as novas demandas educacionais.
Zélia Amador de Deus, traz a conquista inédita de ter sido primeira mulher negra que assumiu no Pará a Vice-Reitoria na Universidade Federal (1993-1997) é uma das fundadoras do movimento negro no estado do Pará, doutoranda em antropologia,professora da Universidade Federal do Pará, fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará.
Conhecimento é bem mais do que uma mobilidade privada. É partilha!
Ao priorizar o conhecimento coletivo como bem público, Zélia Amador de Deus e Henrique Cunha nos trazem a certeza de que aos poucos, as academias brasileiras estão buscando trilhas para agregar outros modos de produzir e partilhar conhecimentos com a consciência ampliada da história da humanidade.
Como se deu na histórica Conferência Nacional de Educação é hora de unir as diferenças na busca da unidade.
Henrique Cunha Junior e a professora Zélia Amador de Deus são currículos, histórias e nomes legítimos para ocuparem os espaços.
Vamos pressionar o Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação, Fernando Haddad para assentar a legitimidade de nossa história no Conselho Nacional de Educação (CNE).
E que seja inaugurado um novo capítulo para as políticas afirmativas.

PROPOSTA DE ATUAÇAO NO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
HENRIQUE CUNHA JUNIOR

O Conselho Nacional de Educação é um órgão colegiado responsável pela elaboração da política nacional da educação e pelo assessoramento do Ministério da Educação. Tem como atribuições formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino, velar pelo cumprimento da legislação educacional e assegurar a participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira. O conselho é composto de duas câmaras, uma da educação básica e outra da educação superior. Um exemplo importante da ação do conselho foi a edição de parecer e resolução sobre História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Ato que normatizou e deu os conteúdos da lei 10.639/2003. Sendo este documento do Conselho Nacional da Educação que serve de guia na aplicação desta lei.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) é composto de vinte e quatro membros, sendo que até o presente o movimento negro tem indicado apena um membro para conselheiro, ocorrendo que esta indicação é avaliada pelo Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação e provendo a nomeação para quatro anos. Hoje se encontra em aberta a representação do movimento negro de um membro, sendo que estamos pleiteando a ampliação para dois membros. Em razão de acordo firmado por parte do movimento negro em semanas passadas foi feita à indicação de dois candidatos, eu Henrique Cunha Junior e da professora Zélia Amador de Deus.

Neste sentido é que apresento de maneira resumida e submeto aos movimentos negros e aos movimentos de religiosos de matriz africana a minha proposta de trabalho caso venha ser indicado. Da mesma forma que peço as estes movimentos que referendem estes nomes indicados.
Propostas de atuação no Conselho Nacional de Educação.
a) Trabalhar para o reconhecimento das diversas Umbandas e Candomblés como parte fundamental da cultura brasileira. Dentro de uma proposta de educação laica, pensar como a educação brasileira pode fornecer os esclarecimentos que restituam a dignidade e a importância destas religiões na sociedade brasileira. Que a educação trate dessas religiões de forma objetiva como parte da cultura nacional. Quem desejar maiores informações consultar artigo meu publicado no ano passado na revista eletrônica Espaço Acadêmico Numero 102 – Novembro de 2009. (http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7738/48)
b) Propor, normalizar e implantar um modelo de educação nas comunidades de quilombo que ensine o desenvolvimento sustentável destas comunidades, com afirmação da cultura quilombola e com inclusão na modernidade tecnológica, social e econômica. Uma educação que realize uma preparação dos quilombolas para a agricultura e pecuária moderna, que trate das questões de saúde e habitação. Um trabalho como o que estamos realizando no Ceará, com a construção de dois centros de cultura negra em comunidades quilombolas e implantação de programa de especialização de professores de comunidades de quilombo. Para quem quiser ver a nossa proposta de construção em taipa renovada consulte o site do COBENGE 2006, artigo com nome: Taipa como processo construtivo: O Ensino cooperativo entre comunidade, arquiteto e engenheiros.
c) Atuar no sentido da implantação de métodos e campanhas de ensino de matemática e ciências nos bairros de maioria negra. A discussão do ensino de matemática nos bairros negros é um problema que tem impedido a acesso da população negra as profissões da engenharia e da tecnologia. Vide (Afroetnomatemática, África e Afrodescendência – site: http://www.mulheresnegras.org/afroetnoma.html )
(Vide também sobre a formação de pesquisadores negros em;
http://www.comciencia.br )
d) Trabalhar no sentido de discutir a proposta de ampliação do número de membros deste Conselho Nacional de Educação para 36 membros, abrindo uma terceira câmara de Educação Tecnológica, Ensino Profissional e difusão da matemática e educação cientifica. Nesta câmara difundir a preocupação especifica sobre a situação do ensino de matemática e ciências nos bairros periféricos de maioria negra. Problema este que tem incidência sobre a ausência de negras e negros nas áreas tecnológicas e médicas. Esta proposta de ampliação do número de membros de 24 para 36 implica num primeiro momento na elevação da representação das negras e negros para seis membros, sendo dois em cada uma das câmaras do Conselho Nacional de Educação. Proposta que esta coerente com a que realizei em 2005 sobre a participação da população negra nos conselhos de estado descrita em artigo que fazia um balanço do Movimento Negro na Conferencia Nacional de Promoção da Igualdade Racial. (Vide artigo: Revista Espaço Acadêmico – Agosto de 2005).
(http://www.espacoacademico.com.br/051rea.htm ).