A Polícia Federal ainda deve convocar mais oito pessoas para depor sobre o suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal. Até agora, 34 pessoas foram chamadas para prestar depoimento, entre elas o ex-governador do DF José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido) e o ex-vice-governador Paulo Octávio (ex-DEM, sem partido). Dos convocados, 27 compareceram, dois foram dispensados e cinco não foram ao interrogatório.

Os depoimentos começaram a ser agendados no dia 26 de março, depois que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acatou um parecer da Procuradoria Geral da República que pedia mais agilidade nas investigações sobre a suspeita de pagamento de propina a Arruda e aliados. Entre as determinações da PGR, que incluía novas conclusões de perícias e cumprimento de mandados de busca e apreensão, estavam os depoimentos de 42 citados no inquérito, entre acusados e testemunhas.

Para ouvir os depoentes no prazo solicitado pela PGR, a PF montou um esquema especial. Cinco delegados e cinco escrivães trabalham exclusivamente no caso.

Além dos novos convocados, a PF ainda terá que ouvir os depoentes que não compareceram aos interrogatórios. Entre os faltosos está o ex-deputado distrital Pedro Passos e o empresário José Celso Gontijo. Ambos pediram para remarcar a data do depoimento. Já a ex-mulher de Arruda, Mariane Vicentine, e a deputada distrital Eurídes Brito (PMDB), alegaram problemas de saúde para não comparecerem e o convocado Severo de Araújo Dias afirmou que estava viajando e não poderia ir ao depoimento.

Calado

Na última segunda-feira (29), Arruda não falou durante o depoimento à Polícia Federal. O silêncio foi orientação da defesa do governador cassado, que alegou não ter tido acesso completo aos autos do inquérito 650, que tramita no STJ. Até então, o ex-governador reclamava que ainda não tinha apresentado sua versão dos fatos em mais de 180 dias de investigação sobre o suposto esquema de corrupção que seria comandado por ele e que foi preso sem ser ouvido.

A PGR, no entanto, informou que foi colocada à disposição de Nélio Machado, advogado de Arruda, toda a documentação sobre a operação Caixa de Pandora, deflagrada em novembro do ano passado, inclusive a parte sigilosa do inquérito.