A Justiça de São Paulo condenou, em julgamento que terminou na madrugada deste sábado, três policiais militares e um comerciante pela morte do jornalista Luiz Carlos Barbon, em maio de 2007, em um bar de Porto Ferreira (SP).

Começado na última quinta-feira (25), no fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, o julgamento que condenou os acusados terminou apenas por volta das 3h30 de hoje, com a leitura da sentença pelo juiz Cassiano Ricardo Zorzi Rocha.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, os policiais militares Edson Luiz Ronceiro e Adélcio Carlos Avelino foram condenados a pena de 18 anos e quatro meses de prisão, assim como o comerciante Carlos Alberto da Costa. Já o PM Paulo Cesar Ronceiro foi condenado a pena de 16 anos e quatro meses de prisão.

Todos respondiam pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de assassinato de Alcides Catarino --que estava com o jornalista na hora do crime-- e formação de quadrilha.

Barbon Filho morreu em Porto Ferreira (228 km ao noroeste de São Paulo) após ser atingido por dois tiros de espingarda. A mulher da vítima, Kátia Barbon, informou que o jornalista havia recebido ameaças por cartas e telefonemas.

Segundo testemunhas, dois homens vestidos com roupas pretas e encapuzados chegaram ao bar em uma moto. O criminoso que estava na garupa desceu da moto, se aproximou do jornalista e disparou dois tiros à queima roupa. Barbon foi atingido na perna e no abdômen. Chegou a ser levado ao pronto-socorro municipal, mas não resistiu aos ferimentos.

O jornalista publicava artigos no "Jornal do Porto" e foi quem primeiro denunciou, em 2003, o caso de vereadores acusados de explorar sexualmente adolescentes. Ele foi um dos três finalistas do prêmio Esso de Jornalismo em 2003, categoria Especial Interior, com a reportagem "Corrupção de menores", publicada no "Jornal Realidade", de Porto Ferreira.