Um ex-presidiário confessou na noite de ontem (15) que foi contratado pela sogra da turista alemã morta em em São Lourenço da Mata (região metropolitana de Recife) para assumir a autoria do crime. De acordo com a polícia, ele receberia R$ 20 mil.

Segundo informações da Polícia Civil, o advogado de defesa dos suspeitos orientou o ex-detento a procurar o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) para dizer que foi responsável pela morte da alemã.

O homem, de 26 anos, deu uma entrevista para uma emissora de televisão confessando o crime, mas depois foi até o GOE (Grupo de Operações Especiais) e falou da oferta que recebeu de Delma Freire de Medeiros, 48, sogra da vítima.

Após os novos indícios de envolvimento na morte da alemã, o delegado pode pedir um mandado de prisão temporária para Delma. O filho da alemã, que está com a avó paterna, pode ser encaminhado para adoção.

O filho de Delma, o empresário brasileiro Pablo Tonelli, 22, e o seu padrasto, o italiano Ferdinando Tonelli, 44, estão presos por suspeita de envolvimento na morte da alemã Jennifer Marion Nadja Kloker, 22, mulher de Pablo. Ela foi assassinada com quatro tiros.

Os suspeitos disseram em depoimento que o crime foi cometido após terem sido vítimas de assalto, na noite da terça-feira de Carnaval. Segundo eles, dois assaltantes, que estariam em uma moto, levaram a mulher no carro usado pela família porque ela gritava muito. O corpo da alemã foi encontrado no dia seguinte, às margens da rodovia BR-408, próximo à estação rodoviária.

Além do empresário, da mulher e do padrasto dele, também teriam presenciado o assalto seguido de sequestro o filho do casal, de 3 anos, e a sogra da vítima, Delma Freire de Medeiros, 48. A polícia, entretanto, teria encontrado testemunhas e indícios contraditórios aos relatos.

Um deles seria as informações contidas no GPS do carro, que era alugado. O aparelho indicaria trajeto diferente do informado pela família. Um homem também teria visto os suspeitos próximos ao veículo quando, segundo os depoimentos, ele já estaria em poder dos supostos assaltantes.

No dia 10 de março, a justiça negou o pedido de liberdade para os suspeitos. A decisão foi tomada por unanimidade pelos desembargadores da 2ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça).

Segundo informações do TJ, a promotora Maria Tereza de Oliveira e Silva reafirmou o pedido de prisão temporária. De acordo com ela, contradições nos depoimentos e a presença de resíduos de chumbo nas mãos dos suspeitos reforçam a suspeita contra a dupla.