Tudo se encaminhava para a prisão do empresário, que seria o mandante do crime que chocou Alagoas. Mas, de repente, o garçom Marco Aurélio, que havia apontado um conhecido empresário alagoano, como mandante da morte do estudante Fábio Acioly, não sustentou a versão que deu à polícia e a própria justiça durante a acareação promovida pelo juiz Geraldo Amorim.

Ao ouvir do garçom que o empresário mandou matar Fábio Acioly, o juiz determinou a acareação e o acusado foi trazido até a audiência. Quando ficou de frente com o suposto mandante, o garçom não sustentou a acusação.

Diante da nova versão, o crime continua sem o mandante. Tanto o promotor da 9ª Vara, José Antônio Malta Marques, quanto a delegada Lucy Mônica, que presidiu o inquérito-policial, admite essa possibilidade.

Todo o inquérito e o trabalho de investigação foram feitos de acordo com as declarações do garçom, que prestou depoimento à polícia, à justiça, ao Ministério Público e depois negou tudo e pediu desculpas.

O crime envolve um triângulo homossexual. Fábio foi levado de um coqueiral, na Cruz das Almas, por dois homens e encontrado com o corpo queimado. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu as queimaduras e faleceu.

A hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte – está descartada porque nada foi levado da vítima e, também, porque ninguém sai para praticar esse tipo de crime prevenindo-se com galões de gasolina.

A única possibilidade de o crime ser desvendado é se algum dos acusados como autores intelectuais, ou o próprio garçom, decidirem contar a verdade e se beneficiarem da delação premiada.

A esperança se chama Rafael França, o funcionário público que estava com o estudante no Matagal, na hora em que ele foi levado. Mas o desânimo é claro a cada entrevista dada pelas delegadas e pelos promotores após a acareação.

“A possibilidade do empresário ser preso era enorme após a acareação. Tudo levava a crer que isso acontecesse. Mas, agora, temos que rever o caso e voltar ao princípio” disse uma delegada ouvida pelo CADA MINUTO.

A reconstituição do crime vai ser marcada, novas pessoas vão ser ouvidas, dificilmente os dois presos acusados de serem os autores materiais continuarão detidos e a frustração tomou conta de todos que sabem que o caso está muito longe de ser elucidado.