Onze presos de alta periculosidade, todos chefes do tráfico de drogas nos morros cariocas, presos no Complexo de Bangu, no Rio, chegaram ontem no começo da tarde no Presídio de Segurança Máxima de Mossoró, em um avião da Polícia Federal.

O pedido de transferência foi feito pela Secretaria de Segurança do Rio ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público.

Segundo o site de notícias G1, o avião com os detentos decolou na Base Aérea do Galeão por volta de 11h20. A imprensa potiguar não recebeu nenhuma comunicação oficial da transferência por parte da Polícia Federal.

Em nota oficial, a Secretaria de Segurança do Rio divulgou os nomes dos presos: Luiz Carlos Gomes Jardim (Luiz Queimado), Luiz Paulo Gomes Jardim (Paulinho Madureira), Antônio Ilário Ferreira (Rabicó), Márcio Gomes de Medeiros Roque (Marcinho do Turano), Patrick Salgado Souza Martins (Patrick do Vidigal), Edmilson Ferreira dos Santos (Sassá), Ederson José Gonçalves Leite (Sam), Juliano Gonçalves de Oliveira (Juca), José Benemário de Araújo (Benemário), Tiago Rangel da Fonseca (TH) e Bruno Coutinho (Brunaldo).

Ontem, o Juiz Corregedor do Presídio Federal de Mossoró, Ivan Lira, disse que a unidade de segurança máxima conta com 208 celas, das quais apenas 37 estavam ocupadas até antes da transferência dos 11 detentos do Rio.

“Eu apenas autorizo tendo como base a ocupação disponível, não escolho presos”, deixou claro Lira. “Analiso solicitações de Varas de Execução Penal de todo o País”, acrescentou.

RECOMENDAÇÃO - Segundo o juiz Ivan Lira, há uma recomendação hoje para que se deixe 10% das vagas disponíveis num presídio de segurança máxima para casos de emergência, como rebeliões em outros presídios que obriguem um acolhimento maior de detentos. “Mas, em nosso caso, estamos muito longe desa situação”, acrescentou.

Ontem, o site G1 tentou ouvir o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas ninguém foi encontrado para comentar a autorização da transferência dos 11 presos.

Os presos chegaram à Mossoró fortemente escoltados por agentes da Polícia Federal.

O Complexo Penitenciário de Gericinó, antigo Complexo Penitenciário de Bangu, nasceu em 1987, quando o então governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco decidiu criar ali na região agrícola de Bangu, o presídio de segurança máxima Bangu I.

Hoje, o complexo se localiza no bairro do Gericinó, um fracionamento de Bangu criado por um decreto em 2004 para supostamente elevar a auto-estima dos moradores da parte central daquele bairro, que era conhecido como o bairro dos presídios.

Ontem, ao comentar a transferência dos presos cariocas, o Juiz corregedor do presídio de Mossoró disse que a rotina da unidade é dura, respeitando os direitos dos presos.

“Mas eu não desejaria a ninguém o que eles vão encontrar, apesar de serem celas individuais e não existir aquela situação de presos amontoados que vemos infelizmente nas delegacias”, comentou Ivan Lira.