Na noite da ultima quinta-feira (04), por volta da 19h, os irmãos Wagner Alves de Oliveira, de 23; e Waniglésia Alves de Oliveira, de 26,haviam deixado Aracaju e seguiam para Arapiraca,quando foram interceptados por pistoleiros e executados no povoado de `Estiva da Raposa na cidade de Pacatuba, a 119 quilômetros da capital.
Waniglésia era companheira do também arapiraquense Cicero Ferreira Silva, o Tito do Fumo, que de acordo com a policia é pistoleiro profissional e tem cinco mandados de prisão abertos em Alagoas.
Tito foi preso junto com outros dois comparsas depois de ter executado, a mando de um fazendeiro local, quatro homens em uma fazenda no povoado Minante, em Itaporanga D´Ajuda, interior de Sergipe no último dia 28 de outubro. O episódio é conhecido como a “Chacina de Itaporanga”. Waniglésia chegou a ser presa, pois o carro utilizado no crime estava em seu nome.
O Wagner Alves foi atingido com três tiros, dois na barriga e um no peito. Já a jovem Waniglésia Alves foi atingida com um tiro na cabeça. Os dois foram mortos sem que tivessem tempo de reagir ou fugir dos assassinos.
De acordo com informações policiais, os irmãos alagoanos estavam morando atualmente no Povoado Mororó em Pacatuba. Eles estavam visitando o enteado de Waniglésia.
"Acredito que foi queima de arquivo. Uma vez que ela já vinha sendo perseguida por bandidos. Segundo informações ela era companheira do homem acusado de realizar uma chacina em Itaporanga. Já o irmão trabalhava como motorista para ela e morreu por estar ao seu lado", disse o policial, acrescentando que Vaniglésia trabalhava como sacoleira e vendia bijuterias.
Os pais dos jovens, Roberto Carlos de Oliveira,funcionário da Ceal em Arapiraca e Sandra Alves da Silva, estão abalados com o ocorrido e disseram na delegacia que aconselhavam os filhos quanto à vida que estavam levando.
"O pai disse que a menina sempre andou com gente ruim e era enrolada, mas o menino só trabalhava dirigindo para ela. Eles sentiram muito mais a morte do rapaz", contou o policial
O Caso
A chacina que vitimou José dos Santos Oliveira, 44, (Nadinho da Farmácia); André Leite Filho, 43, cunhado de Nadinho; Carlos Alberto Oliveira, 25, e Jorge Batista do Nascimento foi causada por uma dívida que Nadinho da Farmácia teria com o empresário decorrentes da compra de dois caminhões.
Os criminosos tinha sido contratados apenas para assassinar Nadinho da Farmácia, enquanto que as demais vitimas foram mortas por estarem em companhia de Nadinho. Carlos Alberto Oliveira, um dos mortos na chacina, chegou a ser preso em Arapiraca após ser flagrado com um caminhão com uma carga sem nota de café dentro de um armazém, que segundo a polícia alagoana é utilizado para o descarrego de carga roubada. O Cadaminuto apurou que a prisão de Cícero Ferreira vai ajudar a polícia alagoana a desvendar um crime de alta repercussão em Arapiraca.
Além disso, foram apreendidos quatro veículos, dentre eles um Fiesta, utilizado para dar fuga aos criminosos. Estão foragidos Luciano da Silva e José Everaldo Silva. A mulher não teria tido participação direta na chacina.
A informação é de que a ordem era para matar apenas o comerciante, tendo as outras três vítimas sido assassinadas por estarem no local e na companhia da pessoa errada. A chacina teria ocorrido em outra localidade de Itaporanga D’Ajuda e a estrada do povoado Minante serviu apenas para desova dos corpos.
Um adolescente infrator teria sido a peça chave para elucidação de todo o crime. Na manhã de hoje, os gestores da Secretaria de Segurança Pública (SSP) concedem entrevista coletiva à imprensa para passar detalhes da investigação.
Os delegados André Baronto e Fernando Melo, coordenador das Delegacias do Interior (Copci), confirmaram que a motivação do crime está relacionada a dividas feitas por José Everaldo e Silva (mandante do crime) a José Santos Oliveira (vítima), em torno de meio milhão de reais. A informação é que o mandante tomava altos empréstimos e assinava a confissão das dividas em notas promissórias.
Quatro promissórias foram apreendidas e todas estavam assinadas por José Everaldo, sendo uma no valor de R$ 192.313,00 com vencimento em 11 de agosto de 2009; outra no valor de R$ 160.000,00 com vencimento em 11 de setembro; outra de R$ 107.000,00 sem data e uma última nota no valor de R$ 24.000,00 com vencimento no dia 23 de outubro, quatro dias antes do crime.
Segundo o delegado André Baronto, as notas foram os fios condutores para a polícia ligar José Everaldo como mandante da chacina. O delegado informou que a maleta contendo as promissórias foram encontradas no dia 27 de outubro com Cícero Ferreira da Silva, 34 anos.
“Recebemos a informação de que em um sítio estava sendo roubado no povoado Araticum e fomos averiguar a denúncia. Ao chegar à localidade avistamos dois veículos, uma Hillux preta e um Fiesta, mas só conseguimos abordar o Fiesta que era conduzido por Cícero”, disse.
Na delegacia, ele contou que não estava no sítio para cometer assaltos e sim para pegar uma maleta de propriedade de José Everaldo. O dono da propriedade rural foi convidado a ir à delegacia e confirmou a versão de Cícero, mas ficou surpreso ao ser indagado sobre uma maleta preta. No dia seguinte, a este assalto não confirmado, a polícia recebeu a informação de que quatro homens foram encontrados mortos dentro de uma Hillux. Para surpresa da polícia, o veículo era o mesmo que estava no dia anterior no sítio de José Everaldo.
“Após a notícia da chacina fizemos uma ligação entre os assassinatos e a falsa invasão do sítio”, explicou Fernando, que afirmou que a motivação e os autores dos crimes foram descobertos dois dias depois. “José Everaldo contratou Cícero Ferreira da Silva (preso) e Luciano Barros da Silva (foragido) por R$ 30 mil cada um para matar Nadinho. Porém, eles também executaram André Leite Filho, Carlos Alberto Oliveira Góis e Jorge Batista do Nascimento porque eles presenciaram o crime”.
Foram encontrados vários documentos pessoais na maleta, além de quatro promissórias assinadas por José Everaldo, uma carteira porta cédulas de Jorge Batista do Nascimento, encontrada na cena do crime, um Fiesta preto com placa de Maceió, que pertence a Luciano, um dos executores da chacina, um Vectra preto apreendido com Cícero e uma motocicleta sem placa, além de um pálio que estava com Vaniglécia Alves de Oliveira.
As investigações apuraram que ela não tem envolvimento direto no crime, mas no momento da prisão do marido, a polícia também apurou que ela também responde pelo crime pistolagem em Alagoas. Fernando Melo confirmou que Cícero Ferreira é um dos maiores pistoleiros de Alagoas e responde atualmente a oito processos por homicídio.