Mesmo com toda a cautela que o caso pede tanto o juiz Geraldo Amorim, como o promotor José Antonio Malta Marques e até os delegados da Policia Civil sabem que a investigação sobre a morte do estudante Fábio Acioly avançou bastante após a bateria de 24 horas de depoimentos, onde 17 pessoas foram ouvidas e duas delas acareadas.

Conforme o Cadaminuto anunciou em primeira mão no ano passado, uma festa que tem início no barco de um empresário e é finalizada em uma ilha na Massagueira é considerada o local onde se encontra a motivação que levou o estudante a morte.

Foi nesta famosa festa, que deixou de ser realizada, e envolve algumas figuras bastante conhecidas da sociedade alagoana que o estudante se desentendeu com um empresário que está no rol dos suspeitos de ser o autor material do crime.

O empresário foi ouvido e acareado com um garçom que o viu na festa com o estudante, o garçom foi o mesmo que presenciou Carlos Eduardo Souza, Wanderley do Nascimento seqüestrando Fábio Acioly quando o estudante estava com o servidor municipal Cícero Rafael França em um matagal da Cruz das Almas.

O juiz não explicou o que aconteceu nesta acareação, mas o Cadaminuto apurou que o empresário chegou escondido ao Fórum, passou a maior parte dentro do carro e concedeu seu depoimento na madrugada e longe dos olhares da imprensa.

Dois novos elementos foram fundamentais nesta retomada das investigações, um depoimento de outra testemunha da relação entre Fábio e o empresário e os documentos enviados pela Microsoft, que só chegaram após a entrada da Justiça Federal, que segundo o juiz Geraldo Amorim, auxiliou o pedido dentro de um termos de cooperação existente entre as duas estâncias do Judiciário.

As delegadas que conduzem a investigação já foram avisadas dos novos elementos que aparecerem após os depoimentos e ganharam um novo fôlego, a expectativa dentro da Polícia é que a prisão do mandante seja feita logo.

Outro fato que foi levantado é sobre a participação de dois autores e não apenas um como era veiculado. Acredita-se que a contratação dos atuotres materiais do crime possa ter sido feita por um outro empresário que também trabalha no setor do empreendedor ouvido peo juiz Geraldo Amorim.

Situação


Até o momento três pessoas estão presas acusadas de envolvimento no crime: Carlos Eduardo Souza, Wanderley do Nascimento e Cícero Rafael de França foram denunciados por homicídio qualificado.

O servidor público municipal Cícero Rafael França mudou a versão de que teria encontrado o estudante em um matagal da Cruz das Almas por acaso, e que aquele era um lugar de encontros. Ele confirmou ao juiz que mantinha um relacionamento sério com Fábio Acioli.

Rafael disse ainda que não conhece os outros acusados do crime do estudante, Carlos Eduardo Souza e Wanderley do Nascimento e que seria uma pessoa avessa a violência, sem ter tido nenhuma passagem pela polícia.

Ele disse ainda que ninguém da família de Fábio sabia do relacionamento e não sabe se algum amigo dele sabia do caso.

Entenda o Caso

Fábio Acioli foi raptado na noite do dia 12 de agosto, após sair de uma escola de idiomas na Ponta Verde. O rapaz, que era estudante de arquitetura, foi abordado por dois homens ao parar o veículo Peugeot, de cor prata e placa MUH-6407/AL, que pertencia ao pai da vítima.

Levado para um canavial no Complexo do Benedito Bentes, Fábio chegou a ser torturado e os criminosos jogaram gasolina em seu corpo, atearam fogo e em seguida fugiram no veículo. O carro foi encontrado no dia seguinte, queimado, no bairro de Cruz das Almas.

Para escapar da morte, Fábio conseguiu rolar na lama e apagar as chamas do corpo. O rapaz caminhou até a avenida principal do bairro, onde recebeu a ajuda de populares, que acionaram uma equipe do Samu. Fábio faleceu, no dia 28 de agosto, no Hospital Restauração, na cidade de Recife, onde estava internado.