Em 1934, na cidade de Recife, Gilberto Freyre organizou o 1º Congresso Afro-Brasileiro.
Alfredo Brandão, alagoano do município de Viçosa, em ensaio, apresentado no Congresso Afro organizado por Gilberto Freyre, afirmou que em Alagoas “a história do negro quase que se deixou ficar em apagado”.
O pioneirismo do ensaio de Alfredo Brandão produziu não só inúmeras referências, como também um sem números de estudos e pesquisas relacionados ao tema.
Alfredo Brandão foi um arauto de seu tempo ao produzir a obra mais completa produzida por um alagoano sobre negros em Alagoas, caracterizando a procedência dos escravos, na sua grande maioria bantos, que foram trazidos para as bandas de cá.
Os bantos e negros de Alagoas foram contribuintes para o processo de civilização local. Alagoas é mais africanizada pela influência do povo banto. A África em Alagoas é “banteada”.
Estamos no ano de 2010, setenta e seis anos, que nos separam do ensaio do mestre Alfredo Brandão. Atualmente Alagoas é um estado cuja sociedade/poder público ainda percebe a questão racial como um tema delicado. Como despertar, em pleno século 21, a consciência na geração da alagonidade contemporânea, criando estratégias para a ruptura com o preconceito racial?
Como promover um novo ensaio, nos moldes de Alfredo Brandão, que promova a convergência da cultura-sócio-étnica alagoana, agora com novos signos, imagens e significados da arte afro-musical, afro-brasileira, afro-universal como ferramenta de comunicação para acender novos e diferenciais ritmos de consciências? Consciências que respeitem as diferenças. Consciências substantivas!
O Projeto Raízes de Áfricas entende que para promover uma mudança de mentalidade social é preciso estabelecer alianças de parcerias, com diversos segmentos sociais:, dentre eles governos, empresários,academias na execução de projetos que agreguem valor ao imaginário socialmente construído em relação ao “lugar” que ocupa o povo negro.
Projetos de intervenção que reafirmem o compromisso coletivo para a construção de uma sociedade onde a erradicação do racismo estabeleça princípios da igualdade e justiça social
Projetos de intervenção substantivos que estimulem o canto da igualdade compromissada com o entendimento dos valores sócio-étnicos, identificando lembrando, discutindo, refletindo e associando ao 21 de março- o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial , novas possibilidades de discussão e apreensão entre os pares e os ímpares sujeitos sociais,da afro-alagoanidade, que revise o passado na intenção de compreender o presente.

Raízes da África