O delegado Paulo Cerqueira, titular da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), confirmou a prisão de Maria Cristiane de Araújo, de 24 anos, considerada a última integrante da quadrilha que matou o perito da Polícia Civil de Sergipe, Sérgio Figueiredo e mais duas pessoas, no dia 11 de janeiro, no município de Piaçabuçu, litoral Sul de Alagoas.

Segundo as investigações, Cristiane participava de assaltos, furtos e crimes nos estados de Sergipe e Alagoas. "Ela é acusada de assaltar uma médica e um promotor de Justiça em Sergipe. Contra ela existem dois mandados de prisão da Justiça sergipana”, afirmou o delegado.

Cristiane foi presa em Sergipe, pela polícia daquele Estado, na noite da última sexta-feira, no bar onde trabalhava. Ela era a responsável em fazer os levantamentos das vítimas para que a quadrilha agisse.

Crime
O triplo homicídio aconteceu no município de Piaçabuçu, em Alagoas, distante 110 km de Maceió. Os bandidos assassinaram o perito Sérgio Figueiredo Souza, 54, o empresário José Jamyl Teixeira, amigo do policial, e o barbeiro Francisco Calixto dos Santos, 68, conhecido como “Chico Baia”.

O primeiro acusado da participação no crime foi preso no dia 14 de janeiro, no Bairro Rio Novo, em Maceió. Ele foi identificado como Alessandro dos Santos, 33, o “Alex” que, de acordo com a polícia, foi o mentor dos crimes.

De acordo com as investigações, a ação dos criminosos começou a ser tramada no dia 2 de janeiro, em Aracaju. Alex esteve no Pontal do Peba, três dias antes, onde fez perguntas sobre as atividades do comerciante do ramo de pescados, Gildo da Silva Marinho. Junto com os três comparsas, Thiago Alves de Andrade, 27, Marcos Almeida Santos, 30, e Valdemar dos Santos Neto, 26, o plano foi acertado na capital sergipana.

O grupo veio para Alagoas no dia 10 (domingo) e na segunda-feira todos foram para Piaçabuçu, em um Renault Clio sedan. No início da noite, perseguiram o comerciante, que estava em uma picape Fiat Strada, a fim de praticarem o assalto.

Gildo tentou ajuda em um posto da PM no Pontal do Peba, mas acabou baleado de raspão na testa, ainda no meio da rua. O perito teria interferido, mas os assaltantes disseram ser da polícia.

Segundo a polícia, Valdemar foi o executor do policial Sérgio e do empresário Jamyl. Contra Valdemar havia uma prisão condenatória e uma prisão preventiva por conta de um assalto à casa de uma médica, de onde foram levadas jóias, além do assalto à casa de um promotor de Justiça. Segundo a polícia, Neto é um criminoso perigoso.

Durante as investigações a polícia descobriu que o bando abordou o comerciante, afirmando que se tratava de policiais. Sergio interveio afirmando ser policial. Neto então perguntou sobre sua arma e ele disse que não estava armado.

"Foi aí, então, que ele pediu a identificação. Quando Sergio apresentou a carteira Neto deu um tapa em sua mão e deflagrou um tiro na cabeça. Ele ainda assassinou Jamyl e retornou para deflagrar mais tiros no nosso colega, de forma covarde", disse o delegado Paulo Cerqueira, que durante as investigações viajou para Sergipe com uma equipe de policiais alagoanos, que ajudaram a identificar e prender os criminosos.

Ainda de acordo com o delegado, o desempregado Alan da Silveira, no dia do crime, atuou apenas como motorista do bando, conduzindo o Renault Clio sedan. Ele não participou da execução das vítimas. Um terceiro acusado, Marcos Almeida Santos, ainda está foragido.

De acordo com a polícia, ele foi o assassino do barbeiro que morava próximo ao local onde aconteceu o fato. Francisco Calixto estava na porta de sua casa e foi baleado pelo criminoso.