O ex-secretário de Comunicação do governo do Distrito Federal Wellington Moraes se entregou na tarde desta sexta-feira à Polícia Federal (PF), em Brasília. Também hoje, já havia se entregado o ex-diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB) Haroaldo Carvalho. Ainda é procurado o ex-deputado Geraldo Naves. Os três tiveram a prisão decretada na última quinta pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo o diretor geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, Naves ainda é procurado pela Justiça. Ao lado de Carvalho, de Moraes, do governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), e Rodrigo Arantes, ex-secretário particular de Arruda, ele é acusado de integrar esquema de pagamento de propina conhecido como mensalão do DEM e de interferir nas investigações da Operação Caixa de Pandora.
De acordo com Luiz Fernando Corrêa, há negociação para que ele se entregue espontaneamente à PF. "Estamos negociando, houve sinalização de alguns de que viriam, vamos respeitar dentro de certa tolerância", disse.
Pedido de prisão
A Corte Especial do STJ referendou, por 12 votos a 2, o pedido do ministro Fernando Gonçalves, responsável pelo inquérito que apura as investigações sobre o suposto esquema de pagamento de propina.
Votaram a favor da prisão preventiva, além do relator, os ministros Eliana Calmon, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Luiz Fux, João Otávio Noronha, Napoleão Maia, Massami Uyeda, Luis Felipe Salomão, Felix Fischer, Jorge Mussi, Castro Meira. Os votos contrários vieram dos ministros Nilson Naves e Teori Zavascki. O presidente da Corte, ministro Cesar Asfor Rocha, não votou, porque não houve empate.
Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.