Já esta preso na Casa de Custódia, no bairro do Farol, em Maceió, o ex-delegado “precário” Wladney José da Silva que teve a prisão preventiva decretada pelo juiz substituto da 4ª Vara Criminal da Capital, acusado de enviar uma carta ameaçando um desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas - TJ/AL, por ter tido decisão desfavorável, em recurso cível que se encontra em tramitação no Tribunal de Justiça de Alagoas. Na carta, postada pelos Correios, ainda são citados um Juiz Convocado e um Advogado.
O ex-delegado manegociou sua apresentação com o delegado Rodrigo Rubiale, diretor de Polícia Judiciária da Área 3 e após se apresentar foi ouvido e encaminhado ao IML onde fez exame de corpo e delito e em seguida foi levado para a Casa de Custódia, onde ficará aguardando decisão da Justiça.
O caso
Wlandey José responderá, inicialmente, por Coação no Curso de Processo. A pena do delito previsto no artigo 344 do Código Penal é de 1 a 4 anos de reclusão.
A correspondência ameaçadora chegou à Polícia Civil de Alagoas, através de representação formulada pelos advogados do magistrado e protocolizada na Direção Geral na tarde da última quinta-feira (11). O documento traz firma reconhecida da assinatura em tabelionato de notas - cartório, pois segundo o próprio acusado, queria dar certeza da autoria do manuscrito, fazendo ainda menção a diversas injúrias aos integrantes do Tribunal de Justiça, além da ameaça velada.
Num trecho da carta, o acusado descreve: “...fico aqui imaginando vcs reunidos num gabinete desses aí, com essa carta na Mao discutindo o que é que vão fazer, já pensou as conversas. Eu imagino! Por ultimo, digo a vc, que vcs mexeram com um homem e vou resolver de todo jeito esse negocio, não tem no mundo quem me segure, olhe é de qualquer jeito que eu resolvo”.
Esta não é a primeira vez que o acusado se insurge contra decisões do Poder Judiciário de Alagoas.
O primeiro episódio se deu quando de sua exoneração ao cargo de Delegado de Polícia Civil por determinação do então desembargador Antonio Sapucaia, por em entender, em seu julgado, como ilegal e inconstitucional a nomeação e posse precárias, após a expiração do prazo de prorrogação do concurso público para o cargo de Delegado de Polícia Civil realizado em agosto de 2001.
Naquela ocasião, indagado se teria medo de fazer manifestações contra membros do Poder Judiciário, o acusado assim respondeu a um veículo de comunicação da internet: “Olhe, medo é um sentimento humano que todo ser humano detém, porém, abrir é outro departamento. Nunca vou baixar a cabeça para essas pessoas complexadas. Por outro lado, invejo eles porque quando se aposentarem vão poder trabalhar em circo como mágico e até mesmo palhaços”.