Criada para solucionar casos de homicídios ocorridos em todo o estado, a nova Delegacia de Homicídios, localizada na Barra da Tijuca (Zona Oeste), ainda não trabalha com uma linha de investigação definida para esclarecer a morte de um dos diretores e fundadores do grupo teatral Nós do Morro.

José Frederico Pinheiro, 57, foi encontrado morto na manhã de anteontem dentro de uma cabine usada pela Guarda Municipal, na Rua Pacheco Leão, no Horto, Jardim Botânico. Fred, como era conhecido pelos colegas do grupo, teve a garganta cortada por um estilete – arma branca que foi abandonada ao lado do corpo. A carteira e outros objetos pessoais do diretor também foram deixados no local.

Segundo um dos diretores do Nós do Morro, Luis Paulo Corrêa e Castro, Fred foi visto pela última vez por uma aluna na madrugada de terça-feira. Ele teria embarcado numa van no Morro do Vidigal, onde fica localizada a sede do grupo cultural, e descido no bairro de Copacabana.

– Conhecia essa grande figura desde 1986, quando nós fundamos o projeto. Ele estava voltando de viagem e fazíamos o cronograma de atividades para este ano. Pelo que sei, a última pessoa conhecida que esteve com ele se despediu às 2h30 da manhã, na van. Precisamos saber o que ocorreu nesse intervalo de 12 a 15 horas – afirmou.

O corpo de Fred foi enterrado no final da tarde de ontem, sob forte emoção de amigos, parentes e alunos, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Cerca de 200 pessoas compareceram, entre elas o diretor do grupo AfroReggae, José Junior.

Atualmente, o Nós do Morro conta com 540 alunos e um corpo de diretores e professores composto por 40 profissionais. Uma apresentação do grupo, que estava marcada para as 17h de ontem no Morro do Vidigal, foi cancelada devido à morte do diretor. Ao longo de 23 anos, Fred participou de mais de 100 espetáculos com o grupo teatral.