Uma assembleia geral realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) decidiu que a categoria estará em greve durante o carnaval. O indicativo de greve já vinha sendo alertado pelos policiais que protestam contra o descaso do governo de Alagoas devido às reivindicações da categoria não serem atendidas.
O presidente do Sindpol, Carlos Jorge da Rocha, em entrevista ao radialista França Moura, do Programa Cidadania da Rádio Jornal, disse lamentar a paralisação, mas garante que esta é a única forma encontrada pela categoria para tentar pressionar o governo. “A greve é o último recurso legal da categoria. Lamentamos muito porque no final quem é prejudicado é a população, que sofre com a falta de segurança pública no Estado”, garante.
O sindicalista voltou a criticar determinadas posturas do Governo do Estado. “O governo troca vidas por contenção de gastos para pagamento do aumento do duodécimo do Judiciário, do Tribunal de Contas, do Legislativo. Em Alagoas, nunca se matou tanto em um governo”, disse.
A falta de estrutura em delegacias e de equipamentos que possibilitem um trabalho eficaz da polícia também foi alvo das críticas de Carlos Jorge. Segundo ele, os coletes a prova de bala estão vencidos e falta treinamento de policiais para utilizar as armas. “Somos servidores, não donos da polícia. Isso é uma responsabilidade do Estado. Há atualmente uma falência da segurança pública e no final quem paga o preço é a sociedade”.
Questionado se todos os canais de negociação com o Estado foram esgotados, o sindicalista afirma que sim. “Estamos há mais de um ano em negociação. O governador nos recebeu, mas alega não ter dinheiro para aumentar o salário da categoria. Esse governo não diz a verdade em muitas coisas. Uma proposta foi feita, mas o governo retirou. O Governador não tem poder de decisão e sim o grupo”, dispara.
Dentre as reivindicações dos policiais civis estão o piso salarial de 1/3 do salário dos delegados de polícia, a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Subsídio, o fim da Operação Asfixia, delegacias 24 horas, revogação das portarias que determinaram o expediente nas delegacias e a convocação para estagiário. “Para se ter uma idéia, o salário dos policiais civis de Sergipe é de R$ 6.800, enquanto em Alagoas, o vencimento é de apenas R$ 1.800”.
Com a greve deflagrada, ficou decidido que o policial somente irá efetuar a prisão em flagrante. A greve será iniciada a partir da zero hora de sábado, dia 13, estendendo-se até terça-feira, dia 16. E no dia 22, será realizada uma nova assembleia geral de avaliação do movimento.