A Polícia Federal em Mato Grosso deu início nesta sexta-feira a uma operação para combater fraudes em saque do seguro-desemprego no Mato Grosso e mais oito Estados. A Operação Bismarck estima os prejuízos em R$ 1,5 milhão e cumpre 50 mandados de prisão.

Até as 11h20 de hoje, 31 pessoas tinham sido presas pela PF, sendo 25 somente nesta sexta-feira. Em São Paulo, foram feitas duas prisões. Em Porto Velho (RO), um funcionário da Caixa Econômica Federal foi detido. A polícia informa que os mandados ainda não foram concluídos.

A ação acontece nos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará, Paraíba e conta com o apoio logístico de Superintendências da Polícia Federal de vários Estados.

Segundo a PF, a fraude contra a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho contou, pelo menos por algum tempo, com a facilidade de acesso de empregados das duas instituições.

A polícia informou que o golpe começava com informações sobre parcelas de seguro-desemprego para serem recebidas através da Caixa e do MTE. Com isso, os suspeitos teriam falsificado documentos pessoais daqueles que tinham direito ao seguro-desemprego e sacavam os valores. Quando o verdadeiro titular do direito ia realizar o saque, descobria a fraude, e o próprio Ministério do Trabalho pagava novamente o benefício.

As investigações iniciaram em 2008, por meio do próprio Ministério do Trabalho e Emprego, de onde surgiram várias denúncias da fraude, que contava com o apoio do empregados temporários da Caixa e do MTE.

A Polícia informou que cada suspeito conseguia de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês com os saques indevidos.

O objetivo é cumprir 78 mandados judiciais expedidos pelo juízo da 5ª Vara Federal em Cuiabá, requeridos pela Polícia Federal, sendo 50 mandados de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão. Dos indiciados, três são ex-funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego e dois são ex-funcionários da Caixa Econômica Federal.

Os acusados tiveram quebra de sigilo bancário e as contas bloqueadas. Eles serão acusados, principalmente, de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos.

Segundo a PF, o nome da operação faz referência ao estadista alemão Otton Von Bismark, criador de vários benefícios trabalhistas na Alemanha do século XIX.