Em protesto a crescente violência em Alagoas, que no ano passado registrou mais de 2000 homicídios, policiais civis fincaram diversas cruzes na praia da Jatiúca em Maceió. O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), em frente à residência do Governador do Estado, Teotônio Vilela Filho (PSDB), que aproveitam para voltar às reivindicações da categoria.
As principais reivindicações dos policiais civis são delegacias 24 horas, piso salarial de 1/3 do salário dos delegados e a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Subsídios. De acordo com o vice-presidente da entidade, Josimar Melo, os policiais querem que Vilela reabra o canal de negociação com os servidores. “Desde o ano passado o canal está fechado. O governador não quer resolver nada com a categoria, por isso vamos continuar com as manifestações e assim forçar que nossas reivindicações sejam atendidas”, explicou.
Cerca de 50 policiais participam da manifestação, fazendo panfletagem e entregando adesivos “Honestamente governador, nunca se matou tanto” para a população como forma de denunciar o aumento da violência no Estado.
Os policiais civis denunciam ainda as políticas do governo do Estado que favorecem a criminalidade, como a centralização do trabalho das polícias Civil e Militar em um único local distante de todos os bairros de Maceió – a Central de Polícia, do fechamento das delegacias à noite e do descaso do governador Teotônio Vilela Filho com a questão salarial dos policiais civis.
“Nós estamos pedindo melhores condições de trabalho. As delegacias deveriam estar abertas 24 horas para garantir a segurança da população. Além disso, vemos a necessidade de um efetivo maior de escrivões e delegados. Para se ter noção, tem delegado no interior que é responsável por três ou mais municípios, como é o caso de Inhapi, Mata Grande...”, lembra o sindicalista.
O Sindicato deve realizar na próxima segunda-feira, dia 8 de fevereiro, uma assembleia geral para tratar da mobilização com indicativo de greve, expediente nas delegacias e o procedimento da Operação Asfixia. A reunião acontece no Sindicato dos Urbanitários, às 14 horas.
Já na terça-feira, dia 9, ocorrerá uma assembleia geral unificada dos policiais civis, militares e agentes penitenciários, no Clube dos Sargentos, no bairro do Trapiche, às 14 horas, que tratarão de campanha salarial conjunta. Uma paralisação dos trabalhadores da segurança pública não está descartada.