Uma educação para ser boa precisa ser provocativa. Provocar questionamentos que levem a comunidade escolar bem mais além do que o bê-á-bá, do fazer contas e conseguir ingressar na universidade pública.
Uma educação boa é aquela que deixa perguntas no ar e incita o público presente a ir em busca das respostas. É assim que nascem as pesquisas cientificas.
Uma educação boa é aquela que cumpre com eficiência a missão de traçar o equilíbrio entre o conhecimento cientifico e os saberes populares.
Uma educação boa é aquela que ressignifica a aprendizagem estabelecendo pontes mais transitáveis para a promoção do discurso do respeito às diferenças e a reinterpretação do sentido de grupo.
Uma educação provocativa é aquela que ousa se reinventar traçando um novo cenário sócio-pedagógico, novas metodologias, novas percepções mexendo no tecido social, na realidade das relações inter raciais do ambiente escolar e promovendo a construção de uma escola mais aberta às descobertas...
Descobrir por exemplo que o pai da medicina foi Imotep médico negro que viveu dois mil anos antes do médico grego Hipocrates. Que a primeira cirurgia aberta de coração realizada no mundo foi executada por outro médico negro, Dr. Daniel Hale Williams.
Porque o currículo das escolas do país 50% negro não contempla conhecimentos sobre a excelência de Nzinga, líder da libertação do reino africano Ndongo em 1660, ou do Quilombo dos Palmares, primeira república negra no Brasil?
Quais são as diretrizes que norteiam o estudo da diversidade negra nas escolas alagoanas?
O racismo promove nos espaços da escola um diálogo silencioso com consciências, ainda, em formação, criando parâmetros sociais na fundamentação de conceitos e pré conceitos que levam a exclusão e a intolerância pelo “diferente”, abrindo inúmeras seqüelas, na difícil construção da história geográfica, social e cultural de meninos e meninas negras brasileiras. A construção de conceitos estereotipados atrapalha o desempenho escolar da população negra, o que se reflete nos índices de analfabetismo, repetência e evasão escolar.
Através do regime de colaboração os organismos que regem a educação têm condições de criar estratégias para qualificar e habilitar professoras e professores com subsídios teóricos e metodológicos no desenvolvimento de conteúdos que contemplem conhecimentos relativos à história e cultura da África e dos afro-descendentes no Brasil, atendendo, assim as demandas da aplicabilidade da alteração trazida à Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº 10.639/03), com especificidade na Lei Estadual/AL nº 6.814/07.
Os organismos que regem a educação em Alagoas precisam criar a cultura do respeito à diversidade ao legitimar no currículo das escolas alagoanas a aplicabilidade da Lei nº 10.639/03.
Assim o diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Lei não é para ser cumprida?