Os detalhes das investigações que resultaram no esclarecimento do triplo-homicídio, ocorrido no dia 11 deste mês, no povoado Pontal do Peba, em Piaçabuçu, foram divulgados nesta sexta-feira (22), durante entrevista coletiva que teve a participação dos delegado Paulo Cerqueira, coordenador da Deic (Divisão Especial de Investigação e Capturas), e Maurício Henrique, diretor da DPJA-2 (Diretoria de Policiamento Judiciário da Área-2).
Três acusados do crime também foram apresentados: Alexsandro dos Santos, 33 anos, o “Alex”; Valdemar dos Santos Neto, 26; e Alan da Silveira Lima Costa, 28, que é comerciante e estudante do último ano do Curso de Administração, em Sergipe. Um dos acusados – Marcos Almeida Santos, 30 anos – permanece foragido.
O delegado Paulo Cerqueira revelou que os quatro estavam acompanhados, por ocasião do crime, de uma mulher (namorada de “Neto”), que seria “garota de programa” em Aracaju e ainda está sendo investigado se ela teve participação no caso. O crime resultou nas mortes do perito da polícia de Sergipe, Sérgio Figueiredo Souza, 51 anos; do empresário sergipano José Jamyl Teixeira, 40, e do barbeiro Francisco Calixto dos Santos, 68, conhecido como “Chico Baia”.
De acordo com as investigações, a ação dos criminosos começou a ser tramada no dia 2 de janeiro, em Aracaju. “Alex” esteve no Pontal do Peba, três dias antes, onde fez perguntas sobre as atividades do comerciante do ramo de pescados Gildo da Silva Marinho. Junto com os três comparsas, o plano foi acertado na capital sergipana.
O grupo veio para Alagoas no dia 10 (domingo) e na segunda-feira todos foram para Piaçabuçu, em um Renault Clio sedan. No início da noite, perseguiram o comerciante, que estava em uma picape Fiat Strada, a fim de praticarem o assalto.
Gildo Marinho buscou ajuda em um posto policial no Pontal do Peba, mas acabou baleado de raspão na testa, ainda no meio da rua. O perito teria interferido, mas os assaltantes disseram ser da polícia.
“O perito sergipano reclamou da ação do grupo e chegou a se identificar como policial, mostrando a carteira. Foi nessa ocasião que Neto atirou nele. O amigo do policial, José Jamyl também foi morto. O barbeiro Chico Baia que assistia a tudo correu para dentro de casa, mas foi perseguido e morto pelo criminoso Marquinhos”, relata o delegado Paulo Cerqueira.
Conforme ainda as investigações, o grupo usou uma balsa na fuga entre Piaçabuçou e a cidade de Brejo Grande, em Sergipe. “Alex” teria discordado da forma como a quadrilha agiu, pois achava que ninguém precisava ter sido morto. Ele veio para Maceió e ligou para o posto policial do Pontal do Peba, de forma anônima, para informar que a quadrilha tinha fugido para Sergipe. “O Alex mesmo conta que sua intenção era que a polícia localizasse os comparsas e os matasse, pois assim dificilmente o crime seria esclarecido”.
Preso três dias após o triplo-assassinato, “Alex” confessou toda a trama. Durante a apresentação, ele contou que teme ser morto, pois “Neto” – antes de ser preso - teria ligado para seus parentes fazendo ameaças. Contou ainda que o perito Sérgio Figueiredo, tempos atrás, ajudara sua família, inclusive comprando o enxoval de seu filho.
O delegado Maurício Henrique informou que o inquérito policial que investiga o caso será presidido pelo delegado regional de Penedo, José Lindberg, e que a quadrilha deve ficar recolhida no sistema prisional alagoano.