Cabo Verde é uma história de sucesso

08/01/2010 21:23 - Raízes da África
Por Arísia Barros

Cabo Verde é uma “história de sucesso” como país, no continente africano e nas relações com a União Europeia (UE), afirmou o chefe da delegação dos “27” na Cidade da Praia, Josep Coll, em entrevista ao jornal OJE e à agência Lusa. O responsável adianta que o país é de “rendimento médio e de crescimento rápido” e oferece “novas oportunidades de cooperação” aos parceiros externos.

Josep Coll, 52 anos, natural da Catalunha, justificou que Cabo Verde se tornou, por isso, “especial”, denominação “muito adequada” para qualificar o relacionamento com a UE, tendo sobretudo em conta o seu desempenho macroeconómico e social nas últimas décadas. “A graduação a país de rendimento médio - claramente uma história de sucesso no contexto africano de uma política de desenvolvimento bem gerida - , e a vontade de se incorporar e de contribuir no mundo global são elementos mais que suficientes para que a UE esteja presente no país e queira com ele trabalhar na procura da realização dos desejos de ambas as partes”, salientou.

Lembrando a adesão do arquipélago, em 2008, à Organização Mundial do Comércio (OMC), o antigo porta-voz das Relações Exteriores da Comissão Europeia (CE) realçou que Cabo Verde já participa nas discussões dos grandes temas globais, tais como as mudanças climáticas ou a promoção da estabilidade regional, mas não se aventurou em considerações sobre se o país poderá atingir outro patamar nos “27”.

“A Parceria Especial (com a UE) enquadra e estimula este encontro de vontades. É um processo de aproximação jovem, que está a desenvolver-se com a plena satisfação de todos os intervenientes. Só o futuro poderá dizer se serão necessários outros espaços de conjunção entre a UE e Cabo Verde. Ambas as partes estão a construir este futuro”, sublinhou.

Formado em Ciências Políticas e Relações Internacionais e na Cidade da Praia desde 23 de Março de 2007, depois de chefiar a representação da CE em Barcelona, Josep Coll defendeu que a parceria especial “é exemplar” e que o clima de oportunidades de negócio é “elevado”.

“Cabo Verde demonstrou, solicitando à UE, o estabelecimento de uma Parceria Especial, um nível de ambição, empenhamento e responsabilidade políticos que gostaria de salientar por ser ímpar e indicativo da capacidade deste arquipélago em olhar longe, sem limites e de uma forma desinibida. Neste âmbito, o desempenho do país na formulação, construção e gestão da Parceria está a altura destas pretensões”, sustentou.

No entanto, Josep Coll recordou que a parceria tem somente dois anos e que, por isso, se torna “difícil” fazer um balanço das acções já realizadas, embora tenha salientado que a mobilidade, segurança, estabilidade e boa governação estejam no caminho certo.

Para o futuro, estão já definidas “acções de reforço” em outras áreas como a cooperação regional, a convergência normativa e técnica e a sociedade de conhecimento, não perdendo de vista o Programa de Reforma do Estado, proveniente da Agenda de Transformação promovida pelo Governo.

“Cabo Verde, país de rendimento médio e de crescimento rápido, oferece novas oportunidades de cooperação aos parceiros externos. É o caso do sector do ambiente de negócios, onde uma boa cooperação entre o sector privado e dos negócios de Cabo Verde e das organizações empresariais europeias pode resultar muito frutífera”, concluiu.

 

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