Foi um Paulo Rubim com raiva que chegou ontem à sede da PC para a apresentação do Cabo Everaldo Silva, acusado de integrar a Gangue Fardada e que foi preso ontem no Eustáquio Gomes. “Vocês vieram aqui para falar bem ou mal da gente?” perguntou o secretário logo que avistou os jornalistas.
No comando da segurança pública há quase dois anos Rubim encontrou uma situação caótica em Alagoas, e não só na área de estrutura física e de salários, isto era público e notório, mas como disse Gilmar Mendes, os crimes aconteciam e os inquéritos simplesmente não existiam.
Assustou o secretário quando ele chegou, o número de armas, a forma com que alguns delegados trabalhavam e o número de pessoas, que mesmo com prisão decretada circulavam normalmente pelas ruas, como era o caso do ex-prefeito de Satuba, Adalberon Moraes.
Ao colocar Marcilio Barenco e a turma mais jovem, que tinha sido recém empossada em concurso público a frente do comando da PC, Rubim sofreu uma saraivada de críticas e os jovens delegados descobriram até planos para matá-los.
Também não foi fácil bancar a indicação de Dalmo Sena para a cúpula da PM,considerada um feudo ainda mais intransponível que a PC. A mesma mudança começa a ocorrer na Intendência Penitenciária, que de acordo com informações colhidas pelo Cadaminuto deve passar ainda por mais alterações.
Este ano, a medida que casos como a chacina do Roteiro tomavam um outro rumo após a instauração de um novo inquérito, a cúpula recebeu seu mais forte ataque, vindo principalmente da Assembléia Legislativa e até de alguns setores do Poder Judiciário.
Mas ontem, Paulo Rubim resolveu desabafar e escancarou. “Aqui agora com esta prisão, vocês ficam sabendo que qualquer pessoa, seja ela quem for, se fizer algo errado será preso, e se o Everaldo apontar alguém, seja ele quem for, será investigado” explicou ele.
E o recado foi bem direcionado para o desembargador James Magalhães, que chamou os policias que prenderam o ex-prefeito de Paripueira Henrique Manso de “urubus de toga” e para Carlos Remígio, preso neste fim de semana.
“Queria deixar meu agradecimento para aqueles policiais civis e militares que cumprem seu dever todos os dias nas ruas de Alagoas e em especial, aqueles que participaram das prisões acontecidas este fim de semana”, finalizou ele antes de deixar o local da coletiva.