Em rápida conversa com a imprensa após a sua prisão ocorrida na manhã de hoje (28), o ex-militar Everaldo Pereira dos Santos apontou como mandantes do assassinato do delegado Ricardo Lessa, o ex-secretário de Segurança Púlbica, Rubens Quintela, o ex-tenente coronel Manoel Cavalcante e Cícero Duca, de Santana do Ipanema.

Everaldo negou qualquer tipo de participação em todos os homicídios que é acusado. “Nunca matei ninguém e ninguém nunca me viu puxando o gatilho para matar alguém”, afirmou Everaldo que negou também sua participação em milícias no estado do São Paulo.

Indagado se tinha medo de ficar detido no Presídio Baldomero Cavalcanti, Everaldo disse que sim, pois "sabe demais" e se considera um arquivo-vivo. "Tenho medo de morrer, mas estou aqui para o que der vier", colocou ele.

Sobre a morte da filha, Everaldo classificou o fato como uma "tragédia" e disse que tinha Lindemberg Alves, namorado da adolescente, como um filho. "Eloá era uma dádiva na minha vida, era tudo pra mim", colocou ele, acrescentando que usou nome falso em São Paulo temendo a morte.

Prisão

A prisão de Everaldo mobilizou 15 policiais, o Tigre e agentes do 10º Distrito Policial. Segundo o diretor-adjunto da Polícia Civil de Alagoas, José Edson, Everaldo voltou ao estado para visitar seus familiares no período natalino e há mais de 10 dias estava na casa de sua cunhada, onde foi preso, no bairro do Estáquio Gomes.

"Na manhã de hoje, o Gustavo (Pires de Carvalho, titular do 10º Distrito Policial) me ligou e disse que havia a informação de que o Everaldo estava nessa casa no Eustáquio. Entramos em contato com o pessoal do Deic e houve a prisão. Quando os agentes chegaram ao local, ele tentou escapar pulando o muro", relatou o delegado.

José Edson disse que Everaldo ficará detido em um local, a ser definido, que terá segurança reforçada. O ex-integrante da Gangue Fardada será ouvido por delegados e pelos juízes Geraldo Amorim e Maurício Brêda.

Everaldo foi condenado a 33 anos pela morte do delegado Ricardo Lessa e tinha mandados de prisão em aberto por homicídio em Novo Lino e no estado de Pernambuco.

Questão de honra

Paulo Rubim, secretário de Defesa Social, que também esteve presente à apresentação do Cabo Everaldo, disse que a Polícia de Alagoas está de "alma lavada" com a prisão do Pai de Eloá. "Era uma questão de honra. A gente disse quando assumiu a Secretaria que ia solucionar os crimes e prender os culpados. Se o Everaldo citar nomes de outras pessoas, vamos apurar não importando quem sejam essas pessoas", garantiu ele.

Atualizado às 16h54.