Everaldo Silva era cabo da Policia Militar de Alagoas e trabalhava na segurança do então delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa, mas era considerado da turma de confiança do Ex-Coronel Cavalcante, que está preso e recentemente foi transferido para Maceió.
Junto com outros policiais militares como Cição, também desaparecido, Everaldo é acusado de pertencer a Gangue Fardada que agia sob comando de Cavalcante e tinha além dos dois os irmãos de Cavalcante e outros militares como José Luiz da Silva Filho e José Carlos de Oliveira; e os soldados Edgar Romero de Morais Barros, Aderildo Moriz Ferreira e Valdomiro dos Santos Barros, além do "chumbeta" Valmir dos Santos.
O delegado Ricardo Lessa, que pretendia se tornar secretário de segurança, resolveu investigar o caso da morte de um empregado do ex-prefeito de Batalha, José Miguel, que foi assassinado a facadas dentro da Unidade de Emergência de Maceió. Ricardo Lessa passou a investigar o crime e isto desagradou o grupo que acabou matando o irmão do ex-governador.
Tanto Everaldo como Cição fugiram e adotaram outras identidades, o soldado Garibalde foi preso e virou informante da polícia enquanto Cavalcante acabou pagando pela maioria dos crimes que foram relacionados a atuação do grupo.
Everaldo só foi reconhecido após passar por uma tragédia pessoal, quando teve sua filha Eloá, seqüestrada e morta pelo namorado Lindemberg Alves, durante o episódio que foi acompanhado por todo o Brasil a polícia percebeu que aquele que se identificava como Aldo José da Silva era na verdade o ex-cabo Everaldo.
Quando Everaldo fugiu novamente ele chegou a conceder uma entrevista para a Rádio CBN e ter em sua defesa um dos advogados mais caros do Brasil, o paulista Ademar dos Santos. Leia abaixo trechos da entrevistas:
"Eu era parte da segurança do dr. Ricardo Lessa, delegado da polícia e irmão do então governador Ronaldo Lessa. Fui requisitado, como cabo da PM, para fazer esse trabalho porque o dr. Ricardo tinha medo de a Polícia Civil assassiná-lo. Policiais civis tinham raiva dele porque um monte de crimes que a civil não apurava, o dr. Ricardo colocava a PM e a PM descobria os culpados."
"Um dia, tiraram a gente da segurança do dr. Ricardo [choro]. A cúpula da secretaria, os mafiosos, o [ex-]coronel [Manoel] Cavalcante [preso desde 1997] e alguns fazendeiros arquitetaram o crime."
"No quartel, fiquei sabendo que estavam criando o plano para matar o dr. Ricardo. Contrataram policiais de Pernambuco para fazer o serviço. Tenho os nomes de todos eles. Os PMs que fizeram a segurança do dr. Ricardo, eu inclusive, morreriam em seguida. Quando foi decretada minha prisão preventiva, eu estava marcado para morrer. Eu sabia demais. Infelizmente, o irmão do dr. Ricardo nunca quis falar comigo. Então, nunca soube a verdade. Foi aí que decidi abandonar o Estado, a minha terra natal."
"Sou inocente. Me acusaram de roubo de cargas, de matar um homem em um hospital. É mentira. É o costume deles. Para deixar você mais "podre", o acusam de tudo quanto é crime. Mas nunca houve uma testemunha que tenha dito que matei o dr. Ricardo. Nenhuma."
"O que sei é que eles querem apagar o "arquivo vivo", que sou eu. Porque trabalhei com uma pessoa que foi diretor da polícia da capital. E esses que mataram o dr. Ricardo nos tiraram da segurança dele exatamente para que o serviço dos pistoleiros ficasse mais fácil."