Um dos casos mais complicados e enigmáticos que a policia alagoana já atuou nos últimos anos, a morte do estudante universitário Fábio Acioly mistura todos os elementos de um crime de difícil solução, envolvimento de pessoas influentes, divulgação de rede de prostituição e um assassinato de natureza passional.

Amanhã, 28 de dezembro, se completa quatro meses que Fábio faleceu em um hospital de Recife depois de ter sofrido por 17 dias com 70% de seu corpo queimado em um crime que revoltou Alagoas.

A polícia não revela qualquer detalhe sobre a investigação,mas com os autores materiais presos e o resultado da perícia do computador do estudante entregue pela PF se discute agora qual será o momento de se revelar o mandante deste crime, classificado pelos próprios delegados que presidem o caso como odioso.

Conforme foi divulgado aqui pelo Cadaminuto a polícia já sabe quem seria o mandante do crime, ele já foi ouvido duas vezes, seus amigos já foram ouvidos,o amigo que intermediou a contratação dos assassinos também já foram ouvidos e mesmo assim faltava uma prova técnica que ligasse definitivamente o suspeito a vítima.

O crime é mais complexo do que parece pois ao ser revelado o motivo se revelará também como se processa o esquema que envolve prostituição, festas e gente muito poderosa em Alagoas.

Dois promotores acompanham o caso junto às três delegadas que presidem o inquérito, um deles José Antonio Malta Marques não sabia que a Policia Federal já tinham entregue o resultado da perícia no computador da PF, as delegadas acreditam que o sigilo é fundamental na investigação e acompanham a movimentação do suspeito do crime. Um dos promotores acredita que já existe elementos suficientes para fazer uma denúncia, outro e as próprias delegadas não acham.

Eles já foram informados que este suspeito esteve fora do Brasil por duas vezes, hoje monitoram os movimentos dele, mas não podem restringir seus passos enquanto não houver uma denúncia formal.Existe sim a preocupação que o suspeito esteja preparando uma fuga e por isto intensificaram o monitoramento dele.

Tanto as delegadas como a cúpula inteira da segurança sabem que a solução deste crime é uma questão de honra, a pressão pela divulgação do nome do suspeito é tão grande quanto a pelo fim das investigações, o Palácio já foi informado sobre quem seria este suspeito,mesmo por que, este mesmo suspeito tentou por meio de dois interlocutores chegar ao governador, mas a posição do governo é a mesma que em relação a qualquer outro caso,ou seja, política é política e polícia é polícia.

Por fim existe a certeza entre os delegados que compõe a cúpula da segurança pública que o nome vai ser divulgado e que as provas do processo vão ser suficientes para que sua prisão seja decretada,e todos esperam que assim seja.

Entenda o Caso

Fábio Acioli foi raptado na noite do dia 11 de agosto, após sair de uma escola de idiomas na Ponta Verde. O rapaz, que é estudante de arquitetura, foi abordado por dois homens ao parar o veículo Peugeot, de cor prata e placa MUH-6407/AL, que pertencia ao pai da vítima.

Levado para um canavial no Complexo do Benedito Bentes, Fábio chegou a ser torturado e os criminosos jogaram gasolina em seu corpo, atearam fogo e em seguida fugiram no veículo. O carro foi encontrado no dia seguinte, queimado, no bairro de Cruz das Almas.

Para escapar da morte, Fábio conseguiu rolar na lama e apagar as chamas do corpo. O rapaz caminhou até a avenida principal do bairro, onde recebeu a ajuda de populares, que acionaram uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Mesmo depois de toda a sua luta Fábio acabou falecendo 17 dias depois em um hospital de Recife, para onde foi transferido.

Mais

As delegadas da Polícia Civil que investigam o caso, Fabiana Leão, Lucy Mônica e Rebeca Cordeiro, durante uma entrevista coletiva no dia 3 de setembro desse ano apresentaram como responsáveis pelo sequestro e assassinato do estudante, os nomes de cinco pessoas.

No dia da coletiva as delegadas disseram que disseram ser prematuro apontar o autor intelectual do crime. Rafael Cícero de França, e os paulistas Márcio Fernades Inácio, Nelson Luiz de Andrade , Vanderley Nascimento Ferreira e Carlos Eduardo de Souza tiveram as fotos divulgada sob a acusação de serem os autores materiais.

Segundo Fabiana Leão, Rafael, funcionário da Prefeitura de Maceió, era a pessoa que estava no carro com Fábio no momento do suposto seqüestro. Ela disse que a prisão de Rafael ocorreu devido as contradições dele durante seus depoimentos sobre o caso. “Ele deu entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) como vítima de assalto e, em momento algum, ele informou à Polícia o que havia acontecido com Fábio”, afirmou ela.

A prisão do grupo de paulistas ocorreu na Grota do Pau D\'Arco, no complexo Benedito Bentes. No momento da prisão os acusados disseram à Polícia que estavam no estado representando uma revendedora de perfumes, contudo nenhum material não foi encontrado com eles. Dos outros quatro presos, dois foram reconhecidos, com base nos retratos-falados.

Três dos acusados respondem por crimes no estado de São Paulo. Vanderley responde por porte ilegal de arma, Carlos, por assalto, e Nelson é acusado de estelionato. A Polícia ainda trabalha com a hipótese de o grupo já ter praticado outros crimes em Alagoas.

Fabiana disse que Rafael declarou, em depoimento, ter conhecido a vítima no coqueiral de Cruz das Almas, aonde ia quase todas as noite apreciar o mar. “ Rafael contou que encontrou o Fábio quatro vezes e que nenhum dos encontros foi marcado. Ele negou ainda ter recebido dinheiro para se encontrar com o estudante", colocou a delegada. Fabiana frisou ainda que a Polícia trabalha com a hipótese de Rafael ter atraído Fábio para a ação dos bandidos.