Foi preso na tarde desta quarta-feira, na Mooca, zona leste de São Paulo, Sean Michael Michele, por suspeita de integrar a quadrilha que fraudava o sistema de concessão de vistos para trabalho temporário nos Estados Unidos. Agora já são 12 os presos do bando desarticulado em operação do Ministério Público, que denunciou à Justiça 19 pessoas por estelionato e formação de quadrilha.

Os outros 11 membros do grupo foram presos na última segunda-feira: quatro deles em São Paulo, dois em Uberlândia (MG); um em Palhoça (SC) e quatro em Curitiba (PR). Seis pessoas continuam foragidas.

O esquema, responsável pela maior fraude no setor de vistos de trabalho da história dos Estados Unidos, fez pelo menos 1,8 mil vítimas no Brasil, e a estimativa é de que o número chegue a 9 mil. Cada pessoa pagou, em média, R$ 10 mil, por um visto de trabalho temporário nos Estados Unidos, mas apenas a minoria conseguiu efetivamente o visto e o emprego.

A maior parte das vagas oferecidas pela quadrilha não existia. Com o esquema, a quadrilha faturou cerca de R$ 90 milhões desde 2002. O crime também foi detectado em países como Rússia, República Dominicana, Filipinas, Romênia e Emirados Árabes, mas a fraude nesses países não foi alvo desta investigação.

A apuração começou em 2003 quando o setor antifraude do Consulado do EUA em São Paulo detectou irregularidades. Em 2008, o consulado acionou o Ministério Público de São Paulo, que passou a investigar a fraude.