Em entrevista ao radialista França Moura, durante o Programa Cidadania, da Rádio Jornal, o deputado estadual Antônio Albuquerque comentou a prisão do filho na tarde desta sexta-feira (04), acusado de porte ilegal de arma.
Nivaldo Ferreira de Albuquerque Neto, 21 anos, foi preso numa blitz da Radiopatrulha, quando voltava da faculdade. No carro em que o rapaz estava, os policiais militares encontraram uma pistola PT 380, com 18 munições, pertencente ao parlamentar.
Para Albuquerque, este fato faz parte da perseguição política que vem sofrendo há dois anos no Estado e saiu em defesa do filho. “Tenho três filhos, sendo dois homens e uma mulher. Eles são exemplos de comportamento, nunca estão em shows, boates, bares... Eles são as razões da minha vida”, disse o deputado.
Antônio Albuquerque fez críticas a forma que os policiais realizaram a abordagem com Nivaldo Neto. “Meu filho voltava da faculdade e foi vítima de agressão e tortura. Vou tomar todas as atitudes cabíveis”, disparou.
O parlamentar contou ainda a versão para a arma ter sido encontrada com o filho. Albuquerque disse que na manhã de ontem havia viajado na caminhonete pertencente ao filho, sem avisá-lo. O jovem, ao acordar, seguiu para a faculdade onde faria provas no carro Gol, que pertence ao deputado. Na volta, ainda de acordo com Albuquerque, o rapaz, que estava com dois amigos no carro, foi surpreendido por uma blitz a 500 metros de sua residência.
“Os policiais mandaram meu filho e os amigos descerem do carro. Foi obrigado a colocar as mãos na parede, ficou com pistola na cabeça. Os policiais começaram a revistar o carro, reviraram os cadernos deles e encontraram embaixo do banco do motorista a pistola, que eu havia deixado lá no dia anterior. Meu filho não sabia que a arma estava lá”, explicou.
Antônio Albuquerque se mostrou indignado com a atuação dos policiais. Ele disse que o filho foi tratado com um criminoso. “Meu filho foi algemado e jogado na mala do carro. Os policiais saíram em contramão pelas ruas, indo a várias delegacias. Meu filho ainda está com as marcas das algemas no punho”, disse indignado.
A ação dos policiais foi bastante criticada pelo deputado, que insinuou que a blitz montada próxima a sua residência pode ter sido uma armação. “Depois que fizeram a prisão do meu filho, retiraram os cones e foram embora. Os policiais ainda saíram ligando para a imprensa para passar a informação da prisão”.
Irritação com repórter
Ao chegar à delegacia do 4º Distrito Policial para pagar a fiança e conseguir a liberação de Nivaldo Neto, Albuquerque se deparou com vários jornalistas que queriam uma declaração do parlamentar sobre a prisão do filho. O deputado confirmou a imprensa que a arma pertencia a ele e que os fatos seriam esclarecidos a polícia.
Trancado no gabinete do delegado titular da distrital, Robervaldo Davino, vários gritos podiam ser ouvidos pela imprensa, quando Albuquerque dizia em voz alta que o rapaz não era um bandido e que a arma pertencia a ele e que sairia do local com ela. Ele também gritava que estava sendo vítima de perseguição política.
Ao deixar o local, Albuquerque se irritou com a pergunta do jornalista Davi Soares, repórter do Jornal Gazeta de Alagoas, sobre os gritos do parlamentar. Como resposta, o deputado elevou a voz e agrediu verbalmente o jornalista.
Sobre o fato, o deputado comentou durante a entrevista que o profissional não tinha condições de trabalhar na área. “Esse rapaz é um mentiroso, um elemento desqualificado, irônico e não tem condições nenhuma de trabalhar como repórter. Quem faz ironia recebe ironia como resposta. Com certeza é um tipo de profissional que é financiado por alguém”, finalizou.