Locais pouco movimentados, próximos à praia do bairro de Cruz das Almas, em Maceió – a exemplo da área de coqueirais onde o estudante Fábio Acioly teria sido abordado por seus assassinos - são utilizados há muito tempo por pessoas em encontros noturnos á beira mar. Muitas vezes, elas acabam sendo alvo de bandidos e existem inúmeros relatos de assaltos na região.

O tráfico de drogas e a prostituição nesses locais também têm assustado a população, que reclama da falta de segurança. De acordo com moradores da região, alguns terrenos abandonados são utilizados para ações criminosas pelo fato da praia ser pouco freqüentada durante o dia e ainda, ficar deserta á noite.

O estudante Renato Correia, morador do bairro, afirmou que a região em si está perigosa. “Acontecem muitos assaltos próximo ao Betos bar e para completar, vários adolescentes ficam consumindo e traficando drogas. Isso é visível e ninguém faz nada. Teve uma época em que circulava por aqui um PM box móvel, mas só passou uns vinte dias e depois disso, os assaltos aumentaram”, contou.

Para o auxiliar de produção, Denílson Fernando, que mora em Cruz das Almas há mais de vinte anos, o problema está no abandono do bairro pelos órgãos públicos. “O trecho com coqueirais, próximo ao restaurante Bem é um dos mais perigosos. Á tarde já tem garotas de programa e pessoas usando drogas. Muitos casais de namorados são assaltados lá”, disse.

Alguns terrenos em cruz das Almas estão abandonados há muitos anos, ficando totalmente abertos e repletos de mato e lixo, onde já aconteceram diversos estupros e desova de corpos, além de servirem como esconderijo para bandidos, a exemplo de um matagal que ficava próximo ao condomínio Parque Jatiúca.

Os terrenos geralmente pertencem a construtoras, que com a especulação imobiliária em Maceió esperam para vendê-los ou construir prédios. Os moradores já fizeram diversos abaixo-assinados para que os proprietários fechassem esses locais e pediram para que os órgãos competentes resolvam o problema.

Cruz das Almas


O praia de Cruz das Almas já foi point de surfistas, por ter fortes ondes, devido a falta de arrecifes de corais. Mas, por conta da poluição e do abandono do poder público ficou praticamente deserta. O Lixão de Maceió, que já deveria ter sido desativado, continua funcionando no bairro.


Antigamente, na região só existiam sítios e coqueirais, afastados do Centro da cidade. Na década de 70 se transformou em bairro, com a construção do primeiro conjunto habitacional da Cohab que gerou um comércio interno, aumentando o número de habitantes.

Segundo historiadores, o nome Cruz das Almas teve origem quando um casal de índios de tribos rivais viveu uma paixão proibida e, por isso, foi morto e enterrado naquela região.