Ninguém sabe ao certo qual seu nome real. Se utilizando de documentos falsos, ele já foi identificado como Ivanildo da Rocha Barros, ou João dos Santos, entre outros documentos falsos que já portou mas por conta de uma tatuagem no braço direito é conhecido por todos como o Aranha.

Aranha começou como um dos soldados do traficante Charles Gomes, o Charlão, que dominava o tráfico na parte alta da cidade. O grupo de Charlão é marcado por manterem uma "brigada" de moto responsável pelas cobranças e conseqüentes execuções daqueles que se recusavam a pagar as dívidas do tráfico.

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Com a prisão de Charlão, o traficante Aranha ficou responsável pela liderança do grupo que já era violento mas ficou ainda mais sanguinário nas mãos do novo líder.

Em respeito ao novo chefe, vários comparsas passaram a usar um tatugem de aranha no braço, em um artifício usado pelas máfias que dominam o crime em outras partes do mundo.

Aranha passou então a colecionar ações "exitosas" de assaltos e principalmente execução dos inimigos e dos próprios comparsas que achavam que podia sair do grupo.

Todas estas ações contavam com uma Rede de proteção que envolve policiais civis e militares, agentes penitenciários, diretores de presídio e até delegados que recebem dinheiro e favores em troca de proteção e outros serviços.

Para se ter idéia de seu poder, Aranha chegou a ser preso uma vez por "engano" mas não passou sequer um dia na prisão.

Cronologia do crime

O traficante Aranha já era conhecido na região do Bom Parto e do Vergel onde cresceu e trabalhou para Charlão. Em dezembro de 2007, após uma guerra que culminou na morte de várias pessoas, o grupo passou a dominar o tráfico no Benedito Bentes e na Favela do Bolão.

Neste mesmo mês, o Aranha matou o tenente Antonio Angelo da Silva, no bairro do Clima Bom. A morte do militar fez do traficante um alvo da polícia e ele passou a ser caçado e procurado.

Mas sua rede de proteção sempre funcionou, e apesar de sua ex-advogada Mary Anne, presa em uma operação da Policia Civil, afirmar que ele tinha saído de Maceió, a polícia sabe que ele nunca saiu do Estado.

As informações dão conta que ele morou por dois ou três meses em São Luiz do Quitunde, na época em que a polícia conseguiu dar dois duros golpes no seu grupo.

Primeiro foi a prisão de sete integrantes do grupo no Benedito Bentes: Manoel Santos, 20, José Santos (19), Josivaldo da Silva (24), Jadison Souza (19), Márcio da Silva (34), Eudes dos Santos (18) e o menor L.S (17).

Um mês depois aconteceu a prisão do seu braço direito e peça importante no grupo, Abdiel Calheiros de Lima, que era funcionário de uma empresa de segurança e transporte de valores e dava "as informações" necessárias pra que o grupo realizasse os assaltos.

Mas de nada adiantaram essas prisões já que Aranha voltou, refez seu grupo e começou a atuar de forma ainda mais cruel. Entre os crimes com a marca do traficante, estão a chacina do Bom Parto, onde quatro irmãos foram executados, e outra no Jardim Planalto, já em janeiro deste ano onde outros dois irmãos foram mortos.

Para provar seu valor, Aranha matou mais um militar: desta vez foi o soldado Jonatan Peres Brito, 43, lotado no 1º Batalhão de Polícia Militar, que teria participado da execução dos quatro irmãos no Bom Parto,um amigo dele e ex-militar Wellington Procópio Silva também foi morto, ambos no bairro do Santos Dumont.

A força de Aranha cresceu ainda mais depois que o Gecoc determinou a transferência de Charlão, do Ciridião Durval onde ele andava com seguranças para não ser morto, principalmente por Aranha, seu antigo comparsa e atual chefe do tráfico.

No total são 15 meses que a polícia alagoana promete prender o Aranha. Enquanto seu poder aumenta e os crimes se multiplicam, ele continua solto pelas ruas da cidade.