O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva de Alan Diego dos Santos Rodrigues, condenado por tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal de 2022. Para o magistrado, há risco concreto de novos crimes caso o réu seja colocado em liberdade.

O entendimento foi firmado nesta terça-feira (30), no âmbito da Petição 12445. Na decisão, Moraes destacou que a prisão segue necessária para garantir a ordem pública e o andamento da ação penal, uma vez que não houve qualquer fato novo capaz de justificar a soltura.

Segundo o ministro, pesa contra Alan Diego o histórico de fuga logo após o atentado frustrado. Ele deixou Brasília depois de instalar o explosivo em um caminhão-tanque e só foi localizado e preso em junho deste ano, no estado de Mato Grosso, após meses sendo procurado pelas forças de segurança.

“A fuga após a prática dos crimes evidencia risco real de reiteração delitiva e de prejuízo à aplicação da lei penal”, registrou Moraes ao justificar a manutenção da custódia.

O ministro também lembrou que um pedido de liberdade apresentado pela defesa já havia sido negado em outubro e que o cenário processual permanece inalterado desde então.

Crimes contra o Estado Democrático de Direito

Alan Diego está preso preventivamente por decisão do STF após denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele responde por crimes graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada.

Além dele, outras duas pessoas foram responsabilizadas pelo episódio ocorrido em 24 de dezembro de 2022. O blogueiro Wellington Macedo de Souza foi condenado a seis anos de prisão por planejar o atentado e auxiliar na execução, enquanto George Washington de Oliveira Sousa confessou a compra de explosivos e munições usados na tentativa de ataque.

De acordo com a investigação, Alan instalou o artefato explosivo em um caminhão-tanque estacionado próximo ao aeroporto da capital federal. Em depoimento, ele afirmou ter recebido a bomba em um acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde manifestantes defendiam uma intervenção militar.

Em maio de 2023, a 10ª Vara Federal do Distrito Federal condenou Alan Diego e outros envolvidos a cinco anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelos crimes de explosão e incêndio. Posteriormente, o caso foi remetido ao STF para análise de possíveis crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Em dezembro de 2025, a Primeira Turma do Supremo, por unanimidade, aceitou a denúncia da PGR e tornou Alan Diego réu por acusações ainda mais graves, incluindo tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada.

*Com Agência Brasil