A Justiça de Alagoas manteve a decisão de levar a júri popular o empresário Edson Lopes da Rocha, acusado de atropelar e matar a policial militar Cibely Barboza Soares, em outubro de 2023, no município de Arapiraca. A defesa havia apresentado recursos para tentar reverter a decisão, mas os embargos foram rejeitados.

A decisão, assinada pelo juiz Alberto de Almeida, da 5ª Vara da Comarca de Arapiraca, foi publicada nesta sexta-feira (28). Nos recursos, a defesa alegava omissões, contradições e obscuridades na decisão de pronúncia — fase em que o magistrado avalia se há indícios suficientes para que o caso seja submetido ao Tribunal do Júri.

Entre as alegações apresentadas, a defesa questionou a análise da dinâmica do acidente e pediu a desclassificação do crime para homicídio culposo. No entanto, o juiz concluiu que não havia qualquer vício a ser corrigido e reafirmou que o pronunciamento foi claro ao indicar que cabe ao Conselho de Sentença avaliar se houve dolo eventual ou culpa, conforme prevê a jurisprudência dos tribunais superiores.

O magistrado também ressaltou que há provas consistentes que justificam o julgamento perante o júri popular. Com o trânsito em julgado da decisão, defesa e acusação serão intimadas a apresentar, em até cinco dias, o rol de testemunhas que irão depor em plenário, além de poderem juntar documentos e solicitar diligências.

A data do julgamento ainda não foi definida.

O caso

A policial militar Cibelly Barbosa e o noivo dela, também policial, foram atropelados na tarde do dia 14 de outubro de 2023, em um trecho da rodovia AL-220, em Arapiraca, Agreste alagoano. O atropelamento foi registrado por câmeras de videomonitoramento.

As imagens mostram o momento em que a caminhonete passa e atropela os dois ciclistas. Cibelly e o noivo foram socorridos e levados para o Hospital de Emergência do Agreste (HEA). Ela morreu na unidade de saúde e o noivo ficou internado durante dias, mas se recuperou e foi homenageado por colegas de farda no dia em que recebeu alta médica.