Os danos causados à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) por causa do afundamento do solo causado pela Braskem foi pauta de uma reunião entre o Ministério Público Federal (MPF) e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Estado de Alagoas (Sinfeal), na tarde desta quinta-feira (6). 

O trecho da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro que atravessa o Mutange está interditado desde 2020, o que causou a desativação da estação ferroviária e transtornos para os usuários do sistema.

O percurso, que antes durava de 8 a 10 minutos, agora pode chegar a 30 minutos em razão da baldeação oferecida pela Braskem, além do aumento do trânsito na região. A redução do número de usuários, que caiu de 19 mil por dia para 1.700 em dezembro de 2024, também reflete o esvaziamento dos bairros atingidos.

O MPF conduz um inquérito civil para apurar os prejuízos e violações de direitos causados aos usuários do VLT, muitos dos quais dependem do transporte para longos deslocamentos. 

A procuradora da República Niedja Kaspary, que atua como fiscal da lei na ação movida pela CBTU contra a Braskem, informou que o MPF deve apoiar o pedido do Sinfeal para ingressar no processo como amicus curiae, contribuindo com dados sobre os impactos ao sistema e aos trabalhadores.

Os sindicalistas demonstraram preocupação com o futuro da CBTU em Maceió, citando a falta de investimentos e a deterioração dos VLTs parados na sede da companhia. Eles se comprometeram a enviar ao MPF informações atualizadas sobre as perdas operacionais.

Ao final do encontro, o Sinfeal destacou a receptividade e o comprometimento do MPF. “Depois da tentativa frustrada de acordo com a CBTU em agosto, saímos sem esperanças. Agora, sentimos que há possibilidade real de avanço”, afirmaram.