Dois policiais militares — um 3º sargento e um soldado — foram presos em flagrante por extorsão armada, após exigirem dinheiro de um morador sob ameaça, utilizando fardas da PM e armamento oficial. A prisão foi realizada por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na noite dessa quarta-feira (8), na Avenida Pau Brasil, bairro Gruta de Lourdes, em Maceió.
Segundo o Relatório Integrado de Ocorrência, a ação criminosa teve início na noite da terça-feira (7), quando cinco indivíduos, sendo três deles armados e trajando uniformes da Polícia Militar, invadiram a residência da vítima. Durante a invasão, os suspeitos roubaram objetos e determinaram que o morador entregasse uma quantia em dinheiro no dia seguinte, nas proximidades de um supermercado, local onde as prisões aconteceram.
Na data marcada, o Bope montou uma operação na região. Por volta das 21h, a vítima foi vista correndo pela rua e pediu ajuda aos policiais, relatando que estava sendo extorquida. Com base nas informações, os agentes identificaram e abordaram os suspeitos — ambos lotados no 4º Batalhão da PM — que ainda portavam armas da corporação. Eles foram detidos imediatamente.
Durante a abordagem, os policiais apreenderam: 2 pistolas Glock calibre 9mm, com carregadores e 67 munições; 1 colete balístico institucional; 1 cinto tático e 1 algema; Celulares de diversas marcas (Samsung, Motorola, LG); 1 balança de precisão portátil; 1 iPhone preto e uma pulseira dourada, ambos subtraídos da residência da vítima.
Na delegacia, os presos alegaram que a cobrança fazia parte de uma “evolução” de um caso anterior envolvendo arma de fogo e entorpecentes, e que o pagamento seria referente a um suposto acerto financeiro combinado com o autuado.
A delegada plantonista autuou os dois policiais por extorsão mediante grave ameaça e porte irregular de arma de fogo. A investigação segue sob responsabilidade do Bope e da Diretoria de Inteligência da Polícia Militar de Alagoas (DINT).
Um conselho de disciplina, formado por três oficiais, já foi instaurado para avaliar a permanência dos suspeitos na corporação.
O Comando Geral da PM de Alagoas ainda não se pronunciou sobre o caso.