O avião monomotor que caiu em Coruripe, no último dia 14 de setembro, transportava não apenas cerca de 200 quilos de cocaína, mas também uma adaptação para ampliar o alcance da aeronave: ao menos quatro tanques auxiliares com aproximadamente 400 litros de combustível. A informação foi confirmada pelo secretário-executivo de Políticas Públicas de Segurança Pública de Alagoas, coronel Patrick Madeiro.
Segundo ele, a modificação é uma prática comum em voos ilegais. “Esses pilotos que atuam no transporte de drogas fazem adaptações para transferir combustível dos tanques auxiliares para o tanque principal, garantindo maior autonomia durante o trajeto”, explicou.
As autoridades seguem apurando diferentes aspectos do caso. O Instituto Médico Legal (IML) investiga as causas da morte do piloto, dono da aeronave. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) busca identificar os fatores que levaram à queda. Já a Polícia Federal conduz a investigação sobre a origem e o destino da droga apreendida.
As declarações do coronel foram dadas durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (23), quando as forças de segurança também anunciaram a apreensão de 500 quilos de maconha em uma van em São Sebastião. O motorista foi preso em flagrante.
Questionado se os dois episódios indicariam que Alagoas estaria na rota do tráfico internacional de drogas, Madeiro descartou, a princípio, essa possibilidade.
O secretário ressaltou ainda que, em outros estados do Nordeste, especialmente no Ceará, a Força Aérea Brasileira tem intensificado operações de interceptação de aeronaves suspeitas.
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