A Polícia Civil (PC) deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (3), a Operação Reciclo, que resultou na prisão de quatro pessoas e na apreensão de um adolescente, de 15 anos, apontado como a liderança do “tribunal do crime” na cidade de Rio Largo. 

O grupo criminoso é suspeito de ter envolvimento no assassinato brutal de Tamires Kelly da Silva, 34 anos, ocorrido no dia 24 de agosto, no Conjunto Antônio Lins, em Rio Largo.

A vítima, que era catadora de recicláveis, foi retirada de casa, espancada em via pública e executada em uma área de mata, diante da própria família, que foi impedida de socorrê-la.

Segundo a investigação, a vítima foi acusada de envolvimento em um roubo a residência, e ao invés de acionar a polícia, a proprietária do imóvel procurou os traficantes da região para resolver. 

O caso foi então tratado como um “tribunal do crime”, resultando na morte da vítima com requintes de crueldade.

Os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos. Foram detidos três mulheres, de 20, 41 e 47 anos, um homem de 34 anos e um adolescente de 15 anos.

A ação foi coordenada pelas delegadas Tacyane Ribeiro, coordenadora da DHPP, e Rosimeire Vieira, titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Rio Largo, e contou com o efetivo da Delegacias de Homicídios e Proteção à Pessoa de Maceió e Rio Largo, Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit) e Grupamento Aéreo. 

“Em vez de procurar a polícia, ela resolveu registrar a ocorrência do crime em uma boca de fumo, para que esses traficantes fizessem justiça com as próprias mãos. E foi o que efetivamente aconteceu na manhã de domingo”, afirmou a delegada Rosimeire Vieira.

Segundo as investigações, a mulher foi retirada de casa por um grupo de criminosos liderado por um adolescente de 15 anos. “Essa mulher foi tirada da residência dela, espancada em meio aos moradores por um tribunal liderado pelo adolescente. Ela foi levada mediante espancamento, puxões de cabelo, golpes com instrumento contundente até uma região de mata, onde foi severamente espancada”, detalhou a delegada.

A situação, de acordo com Rosimeire Vieira, foi ainda mais cruel no desfecho. “Enquanto agonizava, a própria família foi impedida por esse grupo de buscar socorro, sendo obrigados a vê-la agonizar até a morte.”

Entre as mulheres presas está a dona da residência que procurou o grupo criminoso e fez a denúncia. As investigações ainda estão em andamento e com as prisões dos principais envolvidos a Polícia Civil espera identificar os demais membros. 

 

Foto de Capa: Cortesia