Alagoas aparece entre os estados com as maiores taxas de mortalidade por violências e acidentes entre jovens de 15 a 29 anos, segundo o 1º Informe Epidemiológico sobre a Situação de Saúde da Juventude Brasileira: Violências e Acidentes, divulgado pela Fiocruz nesta segunda-feira (25).

O levantamento aponta que 65% dos óbitos registrados nessa faixa etária no país resultam de causas externas, enquanto no conjunto da população esse percentual é de apenas 10%. O risco é ainda mais elevado entre jovens de 20 a 24 anos, cuja taxa de mortalidade chega a 218,2 por 100 mil habitantes. 

Entre os homens, esse índice é oito vezes maior do que o das mulheres. No caso de Alagoas, a situação se mostra mais grave: a taxa de mortes de jovens por causas externas é 60% superior à da população em geral.

A pesquisa também evidencia desigualdades raciais e regionais. Negros (pretos e pardos) correspondem a 73% das mortes de jovens por causas externas, contra 60% quando considerada toda a população. As maiores taxas estão concentradas nas regiões Norte e Nordeste, com destaque para Amapá, Bahia e Alagoas. 

O estudo indica ainda que armas de fogo e acidentes de motocicleta estão entre os principais fatores associados à mortalidade juvenil. Mais da metade das mortes externas entre homens jovens (50,6%) são causadas por agressões, enquanto 84% das vítimas fatais de acidentes de transporte são do sexo masculino, em 53% dos casos envolvendo motocicletas.

No caso das mulheres jovens, a vulnerabilidade se manifesta de forma distinta. Quase 35% das mortes por agressão ocorreram dentro de casa, contra 10% entre os homens. 

Além disso, notificações do SUS mostram que meninas e mulheres de 15 a 19 anos são as mais afetadas por diferentes formas de violência, incluindo agressões físicas, psicológicas e sexuais.