Região também tem contribuição expressiva na produção de leite e mandioca, temas que estão sendo debatidos em Conferências Territoriais de agosto a outubro
Agricultura familiar e pecuária é o que movimenta a economia do Alto Sertão de Alagoas. Apesar do clima semiárido, a região contribui com 30% da produção de cabras no estado, além de ter expressiva produção de leite e mandioca.
Os dados são do Mapa de Agropecuária do governo do Estado e confirmam o bom desempenho dos municípios sertanejos a partir da adaptação ao clima, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Entre as principais ações do órgão em Alagoas estão a ampliação da irrigação através do Canal do Sertão, a instalação de cisternas, a execução do programa Garantia-Safra, os mutirões de documentação para garantir inclusão social e renda e a distribuição de alevinos para a piscicultura.
Nas cidades que abrangem a região - Água Branca, Mata Grande, Canapi, Olho d’Água do Casado, Delmiro Gouveia, Pariconha, Inhapi e Piranhas - os dados do Mapa da Agricultura mostram riqueza de produtos agrícolas.
Juntos, esses municípios criam mais de 21 mil caprinos, produzem quase 32 milhões de litros de leite de vaca e mais de 8 mil toneladas de mandioca, de acordo com o Mapa. Também há produção de tomate, alface, cenoura, melão, banana, manga, maracujá e melancia, para o abastecimento local e regional.
Para fortalecer ainda mais e solucionar entraves das atividades, a superintendência do MDA em Alagoas promove, de agosto até outubro, as Conferências Territoriais de Desenvolvimento Sustentável e Solidário. Nesta sexta-feira, dia 22, o encontro será em Viçosa, no Centro de Educação Especial Cônego Pimentel, das 8h às 17h.
Nesses espaços, agricultores familiares, quilombolas, indígenas e pessoas do campo em geral debatem com gestores públicos suas maiores demandas, que serão levadas à Conferência Estadual, em novembro, e depois para o evento nacional, em março do ano que vem.
“Essas conferências vão resultar em um conjunto de ideias e no levantamento das principais demandas da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável. Esse material será apresentado ao governo e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o objetivo de orientar a criação de políticas que enfrentem esses desafios e sirvam de base para novas ações públicas”, explicou o superintendente, Gilberto Coutinho.
Além disso, existem projetos para fortalecer a educação no campo voltada às ciências agrárias e ambientais, ampliar o acesso a tecnologias de produção sustentável, criar núcleos de implementação das políticas públicas nos territórios e fortalecer as discussões junto às universidades para incluir o curso de agroecologia nos campi.