Luizi Sampaio, esposa do atacante Júnior Viçosa, vive a ansiedade da espera pela liberação de um medicamento que pode amenizar os impactos de uma doença rara chamada Ataxia de Friedreich. Porém, recentemente, o casal acabou sendo vítima de um golpe – conforme revelou em entrevista ao ge.
A Ataxia de Friedreich é uma doença hereditária rara, neurodegenerativa, que causa danos progressivos ao sistema nervoso , afetando principalmente a medula espinhal, os nervos periféricos e o cerebelo. Provoca dificuldade de coordenação motora, que se manifesta inicialmente com problemas de equilíbrio e marcha, e pode levar à perda de mobilidade e outras complicações.
No dia 16 de julho, ela se animou com a possibilidade de conseguir o remédio, mas terminou sendo vítima de um golpe financeiro de aproximadamente R$ 60 mil, com transferências e pagamentos de boletos bancários.
Com apoio jurídico do ASA, Viçosa e Luizi procuraram a polícia em Arapiraca e registraram um boletim de ocorrência no dia 17 de julho relatando o golpe. Agora, o tenta recuperar o valor na Justiça.
Nesta sexta-feira (15), Viçosa contou ao ge como tudo aconteceu. “Eles falaram que tinha que mandar valores para declarar na Receita, porque, como ia ser uma quantia muito alta que a gente ia receber de medicamento, tinha que declarar tudo, e pegou a gente no momento de fraqueza” – contou o atacante.
E completou: “É até complicado de se falar. Um momento onde usaram de uma doença e um momento de fraqueza nosso, meu e da minha esposa, principalmente, por ficar feliz de ter o medicamento e ela ter uma vida melhor, tudo, isso pesou muito. E só depois caiu a ficha”.
Luizi deu mais detalhes ao ge sobre o golpe que sofreu.
“Foi bem sério, acabei por enviar (valores), achando que eram os (meus) advogados, era o mesmo DDD, eles me mandaram o processo afirmando como a causa estava ganha e disseram que tinha que pagar uma quantia que o dinheiro voltava. Eu caí nisso e gostaria de deixar outras pessoas em alerta sobre isso. Vou ter que colocar na Justiça porque o banco não me devolveu o valor, disse que não tinha nada a fazer, mas, pelo Banco Central, tem, e estou recorrendo”.
Luizi disse ter “ficado sem chão”. Lembrou que no sábado passado sequer foi para o jogo do ASA porque chorava de dor, “e o problema emocional afeta mais a minha doença. Eu não conseguia sair de casa, fazer fisioterapia,” comentou.
Viçosa explicou ainda como descobriu o golpe.
“No outro dia, eu não estava nem casa de manhã, tinha ido treinar e, quando voltei, a gente começou a conversar. Quando ela fez a transferência, foi que deu um estalo em mim. Eu perguntei se ela tinha conversado com a advogada, ela falou que sim, eu perguntei se por ligação ou mensagem… Quando ela falou que só tinha falado por mensagem, foi ali que entendi que tinha sido um golpe”, enfatizou.
Segundo Viçosa, esse problema extracampo atrapalhou o seu trabalho no ASA. “Então, a gente ficou mal, ela principalmente, por já passar por tudo o que passa no dia a dia, as coisas, ter que ficar lutando sempre e ainda acontecer um negócio desse… Ela ficou muito mal, eu também e, mentalmente, foi muito tenso. Foi logo no período do meu trabalho, onde já estava chegando no mata-mata, foi bem tenso também ter que focar no futebol e dar o apoio para ela e a gente correr atrás“- comentou.
Viçosa está com a delegação do ASA em Manaus (AM). Neste sábado, o time abre o segundo mata-mata da Série D contra o Manauara, às 16h.