Durante a sessão desta terça-feira (5), na Câmara Municipal de Arapiraca, o vereador Vavazinho (PL) levantou um alerta sobre o que considera um grave retrocesso na educação pública estadual. Ele levou à tribuna uma mãe de aluno e conselheira da Escola Cívico-Militar Tiradentes, que denunciou a intenção da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) de implantar o sistema de progressão parcial na instituição e uma possível saída dos militares da instituição caso a proposta seja levada adiante.

Segundo a denúncia apresentada, o novo modelo permitiria que alunos avancem para o ano seguinte mesmo com até seis disciplinas reprovadas. Essas matérias seriam repostas no ano seguinte, com carga horária mínima de apenas 1h30 por ano, sendo avaliadas por meio de aulas virtuais e um trabalho escrito.

Vavazinho criticou duramente a proposta e classificou a medida como uma tentativa do governo estadual de “camuflar sua própria incapacidade”, manipulando indicadores de alfabetização e aprovação escolar. “É o mesmo tipo de maquiagem que já vemos com os dados do Bolsa Família, tentando vender a ideia de que o país está fora da pobreza”, declarou o vereador durante o pronunciamento.

A sessão foi marcada por discussões acaloradas, especialmente após o parlamentar também criticar o governador Paulo Dantas (MDB) pela falta de compromisso com a educação. Ele relembrou o episódio da semana anterior, quando o governador desdenhou da mobilização dos professores que reivindicavam reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

O vereador demonstrou indignação ao destacar os resultados da Escola Tiradentes, que é reconhecida pelas altas notas em avaliações externas, aprovações em vestibulares e conquistas de medalhas em olimpíadas estudantis. Para ele, a progressão parcial desvaloriza o mérito dos alunos e ameaça a qualidade do ensino.

“Estamos diante de uma tentativa de nivelar por baixo. A progressão parcial não estimula o esforço nem o mérito, e sim o comodismo. É um golpe contra o ensino de excelência que a escola militar representa”, concluiu Vavazinho.

A comunidade escolar segue mobilizada contra a proposta e promete novos desdobramentos nos próximos dias.