Dira Lino a cantora arapiraquense voz em tom grave é o seu estilo, Sua história e origem não segue o roteiro comum dos outros artistas e o seu repertório agrada ao público em uma mistura que passeia pelo clássico Roberto Carlos ao brega clássico bom para ouvir quando se está curtindo uma dor de cotovelo. 

 

 A coragem para subir no palco, já que Dira se considera tímida, veio da amiga Maria Helena Amorim, a “Baxa”, que morreu após um acidente com motocicleta.

 

Da amiga, ficou a saudade e a gratidão. Dira faz questão de lembrar que se não fosse por Maria Helena, não teria ao menos tentado. Apesar de ter começado a cantar tarde, pelos padrões convencionais, ela diz que a timidez some e “baixa alguma coisa que no palco e eu me transformo”. 

 

Sorte a do público. Melhor, dos vários públicos. Apreciadora de bandas como Pink Floyd, ela não tem amarras quando vai construir o repertório. Canta brega, MPB, POP, e tudo o mais que pedirem nas horas de apresentações. Filha de Antônio dos Santos 19249/2002 (Bereguedé) um antigo cantor de serestas de Arapiraca, fumicultor, carnavalesco e um dos fundadores da Bandinha do Dedé. 

 

Apesar de estar envolvida com música, o pai não deixava a filha enveredar pelo meio artístico. Tanto que ela aprendeu a tocar violão praticamente sozinha. “Dizem que tenho uma pegada diferente com o violão, mas não acho”, c

 

Sem o consentimento do pai para cantar, a vida foi passando. Dira chegou a estudar História, na UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas), mas não concluiu o curso. Quem sabe um golpe de sorte do destino. Talvez lecionar a disciplina não fosse seu talento. Quando dizem que é importante se fazer o que gosta, hoje ela faz: cantar. Com a morte do pai e a quantidade de shows crescendo, a mãe da cantora – que era contra ela ser artista – também ddeu o braço à torcer apoiou a filha.

 

Apesar de não viver apenas da música, já que a família tem terras – cuidadas pelos irmãos dela – onde planta cana-de-açúcar, em Limoeiro de Anadia, Dira colhe bons frutos da sua voz. “Gravaram um CD sem eu nem pedir”, conta ao dizer que tem sorte. “Tenho sorte porque também gravaram um DVD, onde eu nem sabia, tudo feito porque gostam do meu trabalho”, acrescentou.

 

Talvez gostem tanto pelo amor que ela nutre pela música e demonstra claramente no palco. Na casa da cantora, há uma sala repleta de vinis e estantes com CDs. Ao entrar no local, a surpresa é nítida. A fã de Zizi Possi também escuta rock e até mesmo Nelson Gonçalves. E, Dira vai além. Para ouvir, ela também sabe conciliar tudo o que há diferente. Sua vitrola continua conservada, assim como o aparelho de som mais moderno.

 

A versatilidade de Dira Lino encanta. A gravidade de sua voz traz doçura e faz com que qualquer um que ouça as músicas cantadas por ela sinta-se ébrio pelas boas canções interpretadas por uma cantora de alma.