O Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Alagoas (Sintietfal) divulgou nota acerca das denúncias envolvendo supostos casos de assédio sexual na instituição. O texto foi divulgado após a publicação, no blog, do post intitulado “Suposta conduta sexual inadequada: diretor de Campus do Ifal é afastado do cargo, após reportagem nacional sobre assédio; Instituto destaca adoção de cultura de integridade”.
Na nota assinada nesta quinta-feira (3) por sua Diretoria Executiva, o Sindicato mencionou a reportagem do portal Metrópoles e o post do blog, destacando que o caso foi publicizado pela Reitoria do Ifal após questionamentos do CadaMinuto sobre a reportagem nacional.
O Sintietfal destacou que, por meio de sua Comissão de Combate ao Assédio Moral e Sexual, “confronta-se com vários casos denunciados por servidoras e servidores do Ifal que não são rigorosamente apurados pela instituição, o que gera sentimento de impunidade e insegurança em relação à proteção de quem faz a denúncia”.
“O Processo Administrativo Disciplinar está sob sigilo, entretanto após a matéria já se tornou público de que se trata de denúncia de conduta irregular com conotação sexual dentro da instituição de ensino. Esperamos que tal atitude não comprometa o acolhimento e nem fragilize a segurança das denunciantes” pontua outro trecho da nota.
O sindicato informou que também está acompanhando o caso desde o início, atuando no acolhimento das vítimas, na escuta ativa, na orientação sobre seus direitos e na cobrança por medidas institucionais eficazes.
Confira a nota na íntegra:
Nota pública sobre assédio sexual no Ifal
O Sintietfal, sindicato das servidoras e dos servidores do Ifal, vem a público manifestar seu total repúdio a quaisquer práticas de assédio sexual dentro e fora da instituição de ensino. Enquanto sindicato classista, defendemos uma sociedade livre do machismo, da misoginia e LGBTfobia, estruturas sociais responsáveis pela perpetuação de assédios e discriminações.
Na última semana, o portal Metrópoles publicou a matéria “O assédio sexual nos câmpus em 128 atos”, revelando casos ocorridos em Institutos e Universidades Federais de todo o Brasil. Três dias após a publicação da matéria, no dia 27 de junho, o diretor do Ifal do campus Viçosa foi afastado de suas funções por 60 dias e proibido de acessar as repartições internas do Instituto. A decisão do reitor Carlos Guedes de Lacerda foi publicada no Diário Oficial da União.
O caso foi publicizado pela Reitoria do Ifal, após ser questionada pelo portal Cada Minuto sobre a reportagem nacional envolvendo assédios. O Processo Administrativo Disciplinar está sob sigilo, entretanto após a matéria já se tornou público de que se trata de denúncia de conduta irregular com conotação sexual dentro da instituição de ensino. Esperamos que tal atitude não comprometa o acolhimento e nem fragilize a segurança das denunciantes.
O Sintietfal informa que acompanha o caso desde o início, por meio da sua Diretoria Municipal em Viçosa, atuando no acolhimento das vítimas, na escuta ativa, na orientação sobre seus direitos e na cobrança por medidas institucionais eficazes.
Por meio de sua Comissão de Combate ao Assédio Moral e Sexual, o sindicato confronta-se com vários casos denunciados por servidoras e servidores do Ifal que não são rigorosamente apurados pela instituição, o que gera sentimento de impunidade e insegurança em relação à proteção de quem faz a denúncia.
Reiteramos que o assédio, em qualquer forma, especialmente quando parte de uma relação de poder, não pode ser tolerado ou silenciado. Por isso, exigimos do Ifal:
– A celeridade e seriedade na apuração de todas as denúncias;
– A garantia de sigilo e proteção às vítimas e denunciantes;
– A responsabilização exemplar dos assediadores, conforme a legislação e os normativos institucionais;
– Que reporte às autoridades competentes a prática do crime quando este for identificado.
É dever da instituição assegurar um ambiente seguro, ético e respeitoso para todas as pessoas. O silêncio e a conivência institucional apenas alimentam a impunidade. É urgente romper com a cultura do medo, da omissão e da naturalização do assédio nos espaços educacionais e de trabalho, que tantas vezes protege agressores e silencia vítimas.
O Sintietfal reafirma seu compromisso em construir um ambiente institucional livre de assédio, e continuará cobrando formação, prevenção, canais de denúncia efetivos e políticas permanentes de combate à violência de gênero e à cultura patriarcal no Ifal.
Seguiremos vigilantes, solidários às vítimas e comprometidos com a luta por justiça, respeito e igualdade dentro do Ifal. Nenhuma a menos. Nenhum direito a menos. Tolerância zero ao assédio sexual!
Alagoas, 3 de julho de 2025
Diretoria Executiva do Sintietfal