Acordo na Justiça também prevê uso de material para monitoramento de barragem e acompanhamento meteorológico
As Defesas Civis de Arapiraca e Craíbas deverão receber, nas próximas semanas, uma série de equipamentos eletrônicos de segurança para o trabalho de monitoramento da barragem da atividade mineradora e do acompanhamento meteorológico nos dois municípios do Agreste e em toda a região.
A determinação é da juíza titular da 8ª Vara da Justiça Federal em Alagoas, Camila Monteiro Pullin, em conjunto com a Defensoria Púbica da União (DPU) em Alagoas, tendo como base o Processo 0800.795-44.2023.4.05.8001, do ano de 2023 e que foi formalizado com a Mineradora Vale Verde (MVV) em janeiro de 2025.
O prazo para a entrega dos equipamentos ainda está sendo definido entre as partes. A lista de equipamentos que deverão ser adquiridos pela empresa para equipar os dois órgãos municipais estão a compra de drones, GPS, bússolas, rádios veiculares, kits de segurança, veículos utilitários, câmeras fotográficas, móveis de escritório, entre outros instrumentos de segurança e prevenção de acidentes e desastres.
A Tribuna apurou que, na audiência de conciliação, no curso da Ação Civil Pública ajuizada pela Defensoria Pública da União (DPU), que trata dos efeitos da atividade mineradora na região de Craíbas.
Além dos equipamentos, a mineradora, que foi adquirida em março deste ano de 2025 pelo grupo chinês Baiyn Nonferrous pelo valor de R$ 400 milhões de dólares, o equivalente a R$ 2,3 bilhões de reais, a empresa ainda se comprometeu em custear um funcionário, por período de 12 meses, para a Defesa Civil de Craíbas, bem como fornecer capacitação para os dois órgãos.
Desde o ano de 2021 que os moradores de Craíbas, mais especificamente as famílias que vivem nos povoados no entorno da mina, convivem com rachaduras em suas casas e muita poeira no ar.
Para a extração do cobre, ferro e ouro, a empresa utiliza um método com detonação de explosivos e desmonte da rocha a céu aberto.
A mina Serrote da Laje tem reservas estimadas em 52,7 milhões de toneladas de minérios. O projeto tem previsão de 14 anos de atividades, mas o período de atividades para extração de cobre, ferro e ouro pode ser ampliado para 20 anos, conforme consta no site da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Com base na decisão publicada, na semana passada, pela juíza da 8ª Vara Federal em Alagoas, Camila Monteiro Pullin, a Defensoria Pública da União (DPU) em Alagoas está acompanhando todo o processo e acredita que a Mineradora Vale Verde (MVV) deve fazer acordo para a contratação imediata de estudos técnicos sobre as rachaduras em dezenas de imóveis no município de Craíbas. A decisão da juíza tem como base a Ação Civil Pública, ocorrida em novembro do ano passado, e que solicita a estruturação das Defesas Civis Municipais de Craíbas e Arapiraca.