A escola estadual Adriano Jorge em Arapiraca da rede estadual de ensino, é uma das mais antigas de Alagoas, outras escolas antigas foram construídas em Marechal Deodoro, Penedo Viçosa e São Luiz do Quitunde. A escola foi construída quando esta tinha apenas 15 anos da sua emancipação política. Construído no ano de 1939, na gestão do governador Osman Loureiro, o prédio foi levantado em localização privilegiada, entre a esquina da Rua São Francisco e a Avenida Rio Branco, no centro comercial de Arapiraca.
O nome dado à unidade foi uma homenagem ao professor e historiador alagoano Adriano Jorge que não era arapiraquense.Com a implantação da primeira escola pública, de imediato, o estabelecimento despertou nos moradores da cidade emancipada de Limoeiro de Anadia, em um interesse maior pelo acesso à educação.
Com mais de 80 décadas de fundação, a história da Escola Estadual Adriano Jorge está diretamente ligada à história e ao desenvolvimento social, cultural e econômico de Arapiraca, que no último dia 30 de outubro do ano passado completou o seu primeiro centenário de emancipação política.
Com 90 anos de idade, o historiador escritor e professor aposentado Zezito Guedes lembra com muito carinho da época em que estudou na Escola Estadual Adriano Jorge. “A escola começou a funcionar apenas com a primeira, segunda e terceira séries do Ensino Fundamental, com algumas professoras vindas da capital alagoana e outras nativas de Arapiraca e de municípios vizinhos”. Revelou Zezito Guedes.
Figuras ilustres
Alunos e professores deixaram sua marca no Adriano Jorge ao longo da história. Entre os ex-alunos ilustres estão os ex-prefeitos Luiz Pereira Lima e José Barbosa de Oliveira, além da oficial de registro civil Cyra Ribeira, filha do primeiro tabelião de Arapiraca, João Ribeiro Lima.
Entre as educadoras gravadas nas paredes da memória de quem passou pela unidade escolar estão Maria e Amália Fragoso, que marcaram época, juntamente Arlinda Moreira, Maria Celeste, Francisca Petrina de Macedo, Chiquinha Macêdo, entre outras. Todas elas são citadas como exemplo de disciplina e zelo no repasse de conhecimentos aos jovens da cidade.
O monsenhor José Antônio Neto, atualmente com 91 anos de idade, também lembra com muitos detalhes de quando foi aluno da unidade escolar. Filho de agricultores de Arapiraca, ele frequentou a escola entre os anos de 1946 e 1950. “A organização pedagógica e a disciplina eram dois pontos fortes. As professoras Maria Fragoso e Chiquinha Macêdo eram exigentes e se preocupavam muito com a saúde e o bem-estar dos alunos. Elas guardavam até pomadas para curar queimaduras e feridas que, porventura, surgissem dentro ou fora da sala de aula”, relata o religioso.
O Monsenhor José Neto faz questão de salientar a qualidade do ensino ofertado na escola, reafirmando a importância do marco para educação dos arapiraquenses que se perpetua até os dias atuais. “Foi um tempo muito rico para todos nós. A escola ajudou muito na minha formação como aluno e como pessoa, até meu ingresso no seminário em 1951”, acrescentou monsenhor José Neto.
*Este texto é parte integrante do meu livro Arapiraca Centenária - Ontem e Hoje que será lançado brevemente
