Mãe era funcionária do Complexo Multidisciplinar Tarcizo Freire

Uma mãe identificada como Daniele Lima da Silva, foi internada em trabalho de parto, no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho e após o parto mãe e filha vieram a falecer na manhã dessa quarta-feira (30). O fato causou profunda dor e indignação entre familiares e amigos das vítimas.

De acordo com as primeiras informações os familiares de Daniele estão exigindo que uma investigação rigorosa seja conduzida para esclarecer as causas da morte da mãe e da recém-nascida.

O Hospital Regional de Arapiraca já foi alvo de outras denúncias ao longo dos últimos anos, incluindo casos graves envolvendo gestantes.

Em 2022, a unidade ganhou repercussão nacional após a comprovação de uma troca de bebês na UTI Neonatal, fato que abalou duas famílias e resultou em uma investigação sigilosa conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MP-AL).

Na época, ficou comprovada a negligência da equipe médica, e o MP-AL, por meio das 1ª e 6ª Promotorias de Justiça de Arapiraca, ajuizou uma Ação Civil Pública com Pedido de Obrigação de Fazer e indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 200 mil.

Agora, com a morte de Daniele e da pequena Ayla, o hospital volta aos noticiários de forma negativa. O clima é de tristeza e revolta na cidade, e os pedidos por Justiça se multiplicam nas redes sociais.

Daniele atuava como colaboradora no Complexo Multidisciplinar de Equoterapia Tarcizo Freire. Em respeito à sua memória, a instituição divulgou uma nota de pesar. Confira; 

“O Complexo Multidisciplinar de Equoterapia Tarcizo Freire manifesta profundo pesar pelo falecimento de nossa estimada colaboradora Daniele Lima da Silva. Sua trajetória entre nós foi marcada por dedicação, carinho e compromisso com nossa missão. Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e colegas, rogando a Deus que conforte a todos. Daniele deixará para sempre sua lembrança viva em nossos corações.

Provedor do hospital se pronuncia

De acordo com o provedor do Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, Denis Moura, Daniele chegou ao hospital em estado gravíssimo, apresentando quadro clínico compatível com a Síndrome HELLP — uma complicação grave e rara da gravidez, considerada uma variante da pré-eclâmpsia. A condição envolve hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos), aumento das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas.

A paciente também sofreu sangramento hepático e foi encaminhada com urgência à UTI geral, mas não resistiu. A bebê Ayla, que nasceu com batimentos cardíacos de apenas 20 bpm (considerado baixíssimos), foi levada para a UTI Neonatal, mas também não sobreviveu.

Ainda de acordo com o provedor do hospital, a maternidade é a única de alto risco em funcionamento em Alagoas e atende exclusivamente gestantes em estado grave. “Fizemos tudo que foi possível. A paciente chegou chocada, realizamos tomografias e diversos exames. Infelizmente, o desfecho foi trágico”, declarou Moura, completando que o Hospital divulgará uma nota oficial sobre o caso.