Em tempos outros, não tão distantes, éramos, muitas de nós,  pessoas legais, simpáticas, acolhedoras, empáticas. 

Algumas, ou tantas,  com  um tiquinho  assim de empatia, (tipo a fragilidade do dedo mindinho), mas, o sentimento, ainda,  existia e era alentador.

Em tempos outros, não tão distantes, mesmo no meio do caos,  pessoas amparavam  umas às outras, sem a toga e o martelo do juiz.

Eram pessoas, acolhedoras, principalmente nos lugares recônditos, tendo como exemplo, a população interiorana, que com a simplicidade característica  humanizavam  as situações catastróficas , até que um dia,  surge a   quarentena médica necessária e o mundo todinho virou de cabeça pra baixo.

As máscaras. no lugar de serem adereços de proteção, se transformaram em ferramentas  que abriram armários de sentimentos, menores, torpes, enrustidos , trancafiados a sete chaves em almas alheias.

Máscaras caíram.

A sensação da finitude retroalimentou o egotismo, egolatria,  a urgência de viver o agora, o cada um por si, no contradizer a necessidade de não endurecer a ternura.

Quando ouço, em tempos de Paixão de Cristo, o ‘matem’ Jesus, e,  na contemporaneidade um monte de gente ousando naturalizar a justiça com as próprias mãos: ‘bote ela na rua',  voz de uma coletividade, no interior de Alagoas, desalinho e saio, estupefata,  a escrevinhar  um texto reconvexo, inquieto, perscrutador, no autoquestionar:

Onde estamos errando? 

A humanidade tem saída?

Domingo é  tempo de renovação.

E daí?

Feliz Pascoa?!